Quarentena: a importância dos 14 dias de isolamento no combate ao Covid-19

Ação tem o objetivo de ajudar a garantir o básico na prevenção do coronavírus | Foto Pixabay

Por: Elissandro Sutil

28/03/2020 - 07:03

Desde o último dia 12 de março, governantes de todo o país têm tomado medidas para conter a pandemia de coronavírus que assola o mundo. Uma delas é a manter a população em quarentena, com o objetivo de minimizar o avanço da transmissão e contágio da doença. Em Santa Catarina, o governo decretou a segunda semana de isolamento, completando 14 dias na próxima quarta-feira (1/4).

A decisão de manter as pessoas em casa por 14 dias é uma medida de segurança específica no combate ao vírus. Ao que se sabe, o isolamento de pessoas que apresentam os sintomas deve durar este tempo. Isso porque as estimativas atuais sugerem que o Covid-19 se manifeste em cerca de cinco dias no corpo, mas o intervalo pode estar entre um e 14 dias.

Um estudo da Universidade de Southampton, no Reino Unido, sobre o modelo chinês de combate ao coronavírus indica que se as medidas drásticas de distanciamento e isolamento social tivessem sido adotadas uma semana antes na China, o número de pessoas infectadas seria 66% menor.

De acordo com o médico pneumologista do Hospital São José de Jaraguá do Sul, Felipe Benthien o isolamento aqui no Brasil serviu para a população aprender a se prevenir, levar a sério a higienização e cuidar dos idosos e pessoas dos grupos de risco, evitando um pico de internações e complicações. Para ele, todas as medidas são muito efetivas, porém gradativamente as indústrias e comércio irão retornar às atividades.

O período de risco contaminação do vírus ainda deve perdurar em torno de quatro ou seis meses, segundo o médico. Mas ele acredita que em menos de 10 dias a rotina da maioria das pessoas deva começar a voltar ao normal, mantendo-se sempre todos os cuidados.

Foto Divulgação/Hospital São José

“Os pacientes idosos, com doenças crônicas são os mais suscetíveis e deverão manter o isolamento por mais tempo. O restante da população, principalmente os jovens, provavelmente terão contato com vírus e vão adquirir imunidade sem grandes problemas”, analisa.

Benthien lembra ainda que como estávamos no verão e agora neste começo do outono, existe menos contágio e casos de gripe nesta época. Mesmo que a pessoa tenha a gripe por coronavírus, se não fizer parte dos grupos de risco, provavelmente a doença passará despercebida ou com sintomas muito leves.

“Isso ocorrerá em 80% das pessoas, e para que passe a epidemia teremos que adquirir imunidade ou desenvolver medicamentos – que já estão e fase de testes com resultados positivos. Muito provável que em 2021 já exista vacina contra o coronavírus”, acrescenta.
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A economia não pode parar

Apesar da preocupação com o vírus, o governador Carlos Moisés também se preocupa em voltar a fazer a roda da economia girar, mesmo aos poucos, tomando todos os cuidados. O medo é afundar o Estado numa crise sem precedentes que paralise as atividades e crie outros problemas.

As medidas anunciadas esta semana, junto da prorrogação da quarentena, vão neste sentido. Em atendimento aos pedidos de Brasília, Santa Catarina reestabeleceu os trabalhos em torno das rodovias que cortam o estado. Borracheiros, oficinas, bares e restaurantes voltam às suas atividades, sempre com os devidos cuidados.

Além disso, em decisão anterior, peixarias, açougues e padarias receberam a orientação para ficarem de portas abertas, sempre atendendo às medidas de segurança.

“A gente pretende fazer com que as as pessoas trabalhem para manter o emprego. Por isso a gente começa a visualizar de que forma a gente começa a fazer funcionar, rodar, o mercado, os comércios, todos os sistemas, convivendo com o vírus”, explica Moisés.

Como o vírus afeta o pulmão

O pneumologista Felipe Benthien explica que o coronavírus causa uma síndrome gripal com dores de cabeça e no corpo, febre alta recorrente. Também causa uma pneumonia viral onde leva o pulmão a ter dificuldades na absorção/troca de oxigênio podendo levar a infecções secundárias bacterianas e insuficiência respiratória.

“Neste caso precisamos de oxigênio em altas doses e talvez ventilação mecânica, com cuidados de UTI. Esta infecção pode levar de 15 a 20 dias para melhorar ou mais”, complementa.

Por isso, em pacientes idosos pode acabar complicando outros órgãos, levando ao risco de vida com insuficiência renal ou cardíaca.

Foto Studio OCP

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