Pinguins são soltos em praia de Florianópolis

10 pinguins-de-Magalhães (Spheniscus magellanicus) voltaram ao habitat natural | Foto Julio Cavalheiro/Secom

Por: OCP News Florianópolis

30/04/2019 - 13:04 - Atualizada em: 30/04/2019 - 13:09

Chegou a hora de voltar para casa. Nesta terça-feira (30), 10 pinguins-de-Magalhães (Spheniscus magellanicus) voltaram ao habitat natural. Os animais estavam em reabilitação no Centro de Pesquisa, Reabilitação e Despetrolização de Animais Marinhos (CePRAM), localizado no Parque Estadual do Rio Vermelho, em Florianópolis, unidade de conservação administrada pelo Instituto do Meio Ambiente de Santa Catarina (IMA) e foram soltos na praia do Moçambique.

Os animais passaram por tratamento e não foram soltos antes porque estavam em período de muda de penas | Foto Julio Cavalheiro/Secom

As aves marinhas são remanescentes da temporada do ano passado. O pinguim que estava há mais tempo em reabilitação chegou em setembro de 2018. Os animais passaram por tratamento e não foram soltos antes porque estavam em período de muda de penas.

“Durante a muda o pinguim perde a impermeabilização das penas o que impossibilita a soltura”, explica a médica–veterinária Cristiane Kolesnikovas da Associação R3 Animal e Coordenadora do PMP-BS em Florianópolis.

Deste grupo de pinguins, três foram resgatados pela equipe da Universidade do Vale do Itajaí (Univali), três pela UDESC/Laguna, três pela Univille e um pelo Instituto de Pesquisas Cananéia (IPeC). Em 2018, desde que começaram a chegar os primeiros pinguins-de-Magalhães – meados de outono e início do inverno – 64 aves desta espécie foram reabilitadas e soltas.

A soltura, além de ser um momento de comemoração, gera bastante emoção | Foto Julio Cavalheiro/Secom

A soltura, além de ser um momento de comemoração para toda a equipe que participa do tratamento dos animais, gera bastante emoção.

“É uma mistura de saudade, mas uma felicidade imensa saber que deu certo o trabalho. Quando a reabilitação ocorre e eles conseguem em grupo, todos saudáveis, voltar ao habitat é o ápice do nosso trabalho”, festeja, entre lágrimas e sorrisos, a estudante de Ciências Biológicas, Paula Trombini Tiburski.

Em Santa Catarina, o projeto é realizado pela Associação R3 Animal em parceria com o IMA e com a Polícia Militar Ambiental | Foto Julio Cavalheiro/Secom

Os pinguins

Os pinguins-de-Magalhães nos visitam todos os anos. Na proximidade do inverno no hemisfério sul, eles deixam as colônias na Patagônia, na Argentina, e rumam ao norte em busca de alimento. É comum que algumas aves não consigam retornar às colônias de origem e são encontradas mortas em nossas praias.

Quando a reabilitação ocorre e eles conseguem em grupo, todos saudáveis, voltar ao habitat | Foto Julio Cavalheiro/Secom

Outras chegam às praias cansadas, debilitadas, desidratadas, muitas com quadro de pneumonia, e necessitam de cuidados. A maioria dessas aves é juvenil, em seu primeiro ano de vida, e encaram a primeira viagem migratória.

Resgatados, os pinguins são encaminhados e recebem tratamento da Associação R3 Animal, através do Projeto de Monitoramento de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos (PMP-BS). O PMP-BS é realizado desde Laguna/SC até Paraty/RJ, sendo dividido em 15 trechos.

Resgatados, os pinguins são encaminhados e recebem tratamento da Associação R3 Animal | Foto Julio Cavalheiro/Secom

O Projeto de Reabilitação

O Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos (PMP-BS) é uma atividade desenvolvida para o atendimento de condicionante do licenciamento ambiental federal das atividades da Petrobras de produção e escoamento de petróleo e gás natural no Polo Pré-Sal da Bacia de Santos, conduzido pelo Ibama.

Deste grupo de pinguins, três foram resgatados pela equipe da Universidade do Vale do Itajaí (Univali), três pela UDESC/Laguna, três pela Univille e um pelo Instituto de Pesquisas Cananéia (IPeC) | Foto Julio Cavalheiro/Secom

Esse projeto tem como objetivo avaliar os possíveis impactos das atividades de produção e escoamento de petróleo da Petrobras na Bacia de Santos sobre as aves, tartarugas e mamíferos marinhos, através do monitoramento das praias e do atendimento veterinário aos animais vivos e necropsia dos animais encontrados mortos. Em Santa Catarina, o projeto é realizado pela Associação R3 Animal em parceria com o IMA e com a Polícia Militar Ambiental.

A maioria dessas aves é juvenil, em seu primeiro ano de vida, e encaram a primeira viagem migratória | Foto Julio Cavalheiro/Secom

Se você encontrar um mamífero, tartaruga ou ave marinha morta ou debilitada, ligue 0800 642 3341. Sua ajuda é fundamental para salvar vidas!

 

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