Três armadilhas fotográficas foram instaladas no Morro Boa Vista no início desta semana para identificar as espécies de aves e de mamíferos que habitam a região. O levantamento está sendo realizado pela Fundação Jaraguaense de Meio Ambiente (Fujama) e servirá como base para a criação de uma área de conservação ambiental no local.
Segundo o chefe de educação ambiental da Fujama, Christian Raboch Lempek, esta é a primeira pesquisa de verificação de espécies promovida no Boa Vista. Para capturar as imagens, inclusive de animais de grande porte, foram colocadas iscas em frente aos equipamentos, como cortes de banana e bacon.
O tempo de duração do levantamento será de dois anos. As armadilhas devem ser realocadas ao longo dos meses. A intenção da Fujama também é ampliar o número de equipamentos alojados. Cada um deles custa cerca de R$ 1,7 mil.
Na próxima semana os profissionais devem voltar a campo para analisar as imagens capturadas. Conforme Lempek, serão observados dados como os dias e horários em que as espécies foram vistas, além de quais iscas foram efetivas. “O objetivo é criar um guia de mamíferos existentes em Jaraguá do Sul e elaborar um artigo científico a respeito. A identificação dessas espécies, que podem estar em extinção, corroboram para a criação do parque e consequentemente para a conservação da fauna e flora nativa”, enfatiza.
Sem muitas informações sobre as espécies que vivem no local, o chefe de educação revela que durante a instalação das armadilhas foi possível observar rastros de tatu em meio à mata.
O mesmo levantamento já foi realizado na Unidade de Conservação Morro dos Stinghen, onde foram identificadas 12 espécies de mamíferos. Duas delas são vistas como vulneráveis pela ameaça de extinção, o gato do mato pequeno e o gato maracajá. Outros cem tipos de aves foram encontradas, entre elas, o pássaro pixoxó corre riscos de desaparecer.
O projeto de construção de uma unidade semelhante no Morro Boa Vista está na primeira fase de estudos. De acordo com o presidente da Fujama, Normando Zitta Júnior, o órgão está verificando, junto com a Fatma (Fundação do Meio Ambiente) a área de abrangência que a unidade terá, considerando as “bordas”, que seriam os locais de preservação ambiental, e o “centro”, incluindo a Chiesetta Alpina e o acesso às antenas. “Estamos trabalhando para viabilizar a proposta e planejar a captação de recursos. A fauna da região é muito rica e tem potencial para se desenvolver, além de ser preservada”, aponta Zitta Júnior.
ATIVIDADES PELO MEIO AMBIENTE
Durante todo o mês de setembro, a Prefeitura de Jaraguá do Sul, através da Fujama e do Samae, realiza ações pela Festa Anual das Árvores, que acontece até o dia 30. No dia 21, é comemorado o Dia da Árvore.
A instalação das armadilhas no Morro Boa Vista integra o cronograma. No último sábado (9), cerca mil mudas de árvores nativas e frutíferas foram distribuídas na Praça Ângelo Piazera e nas imediações do Colégio Marista São Luís. Também houve distribuição de água, orientações sobre a importância da mata ciliar para os rios e sobre a coleta seletiva. Neste ano, a Fujama já doou 6.200 mudas para a comunidade.
As atividades seguem com trabalho educativo. “As instituições de ensino são o nosso foco para trabalhar com as crianças a respeito da importância das árvores para todo o meio ambiente”, aponta o chefe de educação ambiental da Fujama, Christian Raboch Lempek.
Uma visitação à Unidade de Conservação Morro dos Stinghen está marcada para o sábado (16), a partir das 8h30. As pessoas interessadas em conhecer o Parque Natural Municipal devem se inscrever gratuitamente por meio do link: www.goo.gl/mfUeUs. No local, o público participará de uma palestra, apresentação da área e visita à trilha ecológica.
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