Nova ala vai reduzir tempo de espera no Cepon em Florianópolis

Diretora do Cepon, Maria Tereza Schoeller, diz que nova ala vai ampliar capacidade de atendimento Foto Julio Cavalheiro

Por: Ewaldo Willerding Neto

21/05/2018 - 06:05 - Atualizada em: 25/05/2018 - 15:21

O novo Centro Cirúrgico de Alta Complexidade do Centro de Pesquisas Oncológicas (Cepon) será inaugurado nesta terça-feira (22) em Florianópolis com a meta de reduzir a espera para o tratamento das pessoas com câncer.

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O equipamento teve investimento de R$ 14, 2 milhões, com recursos do programa Pacto por Santa Catarina será entregue pelo governador Eduardo Pinho Moreira.

Para a diretora Maria Tereza Schoeller, à frente do Cepon nos últimos cinco anos, o novo centro cirúrgico representa o fechamento de um ciclo, já que agora será possível oferecer o que ela chama de um atendimento global, desde o diagnóstico, passando pelas terapias sistêmicas até os procedimentos cirúrgicos mais complicados.

“São cirurgias grandes, com abertura de cavidades, que podem levar de quatro a seis horas. O mais importante é que agora vamos ter a retaguarda dos 10 leitos de UTI, que permitirão a esses pacientes se recuperarem mais rapidamente e começarem o tratamento auxiliar da forma mais acelerada possível”, diz a diretora.

 

 

CIRURGIA NECESSÁRIA EM 40% DOS TRATAMENTOS

O Cepon já conta com ambulatório geral, onde são feitos consultas e exames, e ambulatório de intercorrência oncológica, um local para atendimento de pacientes com complicações em função do câncer. Também há um centro para realização de cirurgias de baixa e média complexidade. Com a inauguração da nova ala, o crescimento da estrutura será substancial: serão mais 10 leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI), cinco leitos de recuperação pós-anestésica, 18 leitos de internação pós-operatória e uma Central de Materiais Esterilizados (CME).

“A cirurgia é um braço fundamental no tratamento do câncer, aplicada em mais de 40% dos casos. O novo centro vai não apenas aumentar o tempo de vida dos pacientes, mas também melhorar a qualidade, permitindo que essa cirurgia seja feita no tempo ideal”, conta Schoeller.

MAIS RECURSOS

O número de funcionários saltará dos atuais 580 para 684, o que significa 104 novos postos de trabalho. A área construída também vai aumentar em 1,5 mil metros quadrados, passando para um total útil de 13,7 mil metros quadrados. A manutenção dessa estrutura será possível por conta de um aditivo no contrato do Governo do Estado com a Fundação de Apoio ao Hemosc e Cepon (Fahece), que administra a unidade. Hoje, são repassados R$ 6 milhões todos os meses, valor que passará para R$ 7,5 milhões a partir de junho.

A primeira cirurgia da ala de alta complexidade está marcada para ocorrer no dia 18 de junho. Antes, no dia 4, começam os treinamentos dos 104 funcionários. No começo, serão realizados 120 procedimentos ao mês nessa nova estrutura, mas a expectativa é que esse número cresça gradativamente e chegue a 200 por mês até o fim do ano. Isso significa mais do que dobrar a capacidade do Cepon, já que hoje são realizadas, em média, 150 operações ao mês.

Na opinião da diretora Maria Tereza Schoeller, o centro cirúrgico possibilitará, no médio prazo, zerar a lista de espera do Cepon para cirurgias, considerado até então um gargalo no atendimento.

 

NOVO CENTRO VAI DESAFOGAR OUTRAS UNIDADES

 

 

O secretário de Estado da Saúde, Acélio Casagrande, conta que a inauguração é um sonho de muitos anos e possibilitará uma melhoria no serviço prestado também em outras unidades públicas, especialmente da Grande Florianópolis, já que hoje elas realizam os procedimentos de alta complexidade. Entre as unidades que terão menos demanda, destacam-se o Hospital Celso Ramos, o Hospital Regional de São José, o Hospital Universitário e a Maternidade Carmela Dutra.

“Esses locais passam a ter uma folga para atender outras demandas. A partir disso, será possível ter uma maior organização do fluxo, tanto no Cepon quanto do resto da rede. Vale destacar também que nós vamos ampliar a proposta da regionalização, pois os pacientes continuarão a receber atendimento oncológico em cidades como Chapecó, Rio do Sul e São Bento do Sul”, destaca.

Casagrande também faz questão de salientar que o Cepon já realiza um serviço de excelência, com 10 mil atendimentos mensais. Ele também lembra que o centro foi considerado pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE), no fim de 2017, como a unidade da rede pública estadual com a melhor gestão.