Por Misael Freitas
A paixão pela música foi o que motivou o jaraguaense Breno Virícimo a atravessar o oceano, entrar em conservatório, formar uma parceria com um holandês e dar início a uma turnê que deve passar por diversas cidades do Brasil, incluindo Jaraguá do Sul, em novembro deste ano.
Inspirado principalmente pelo pai, Érico Virícimo, Breno começou estudando violão popular aos 13 anos e aos 15 passou a tocar contrabaixo. “Foi ele quem me incentivou a estudar e me dedicar à música”, conta. “Ele também me ensinou a tocar sempre com o meu coração”, completa.
Logo depois de concluir o ensino médio, Breno se mudou para São Paulo, onde cursou um técnico de música. Lá, ele fez amizade com uma holandesa e uma belga. As duas o incentivaram a conhecer o conservatório de música da cidade de Antuérpia, na Bélgica.
Em 2009, ele desembarcou na Bélgica e, no ano seguinte, se mudou para Amsterdã, na Holanda. “Nem todos os motivos da minha mudança foram bons, mas hoje vejo que ela foi essencial para mim”, conta. “Amsterdã é uma cidade com a mente mais aberta”, acredita.
Conservatório de música da cidade de Antuérpia, na Bélgica
Entre 2010 e 2014, Breno estudou no Conservatório de Amsterdã. Foi lá que ele conheceu o holandês Nathaniel Klumperbeek, seu futuro colega de banda. Como Nathaniel também tocava baixo, a ideia de uma parceria surgiu naturalmente. “Começamos a tocar juntos e formamos uma banda que hoje conta com seis integrantes”, recorda o jaraguaense.
A banda idealizada por Breno e Nathaniel recebeu o nome de “Mabassa”, que significa “irmão gêmeo” e se refere a conexão musical que os dois músicos estabeleceram. O som que eles fazem mistura música pop com uma pegada africana e brasileira.
Breno e Nathaniel
A dedicação da banda resultou em um primeiro EP que será lançado em breve. O trabalho conta com a música “Ela Que Bebeu Demais”, que ganhou um clipe com cenas da turnê que eles fizeram na Índia. A faixa “Groove do Bom” também ganhou um vídeo, que foi filmado em Amsterdã. Olha só:
Depois do lançamento do EP, a produção de um disco completo está nos planos da Mabassa. “Nós nunca paramos de compor e já temos várias faixas gravadas”, explica Breno. “Temos músicas completas e algumas ainda sem melodia, mas já trabalhamos pra lançar um disco completo”, garante.
Segundo Breno, viver de música na Holanda tem sido muito bom, mesmo com uma cena concorrida e repleta de bandas boas. “O mais interessante é a diversidade cultural e a qualidade dos músicos daqui”, avalia. “A Mabassa tem seguido firme e forte de maneira criativa entre varias colaborações”, completa.
Atuar como músico em um país estrangeiro ensinou muitas lições para o jaraguaense. “Precisei me adaptar a uma cultura, aprender um novo idioma e até cuidar mais da minha alimentação”, conta. “Não nos damos conta da nossa zona de conforto até sair dela, por isso recomendo muito essa experiência”, acredita.
A Mabassa surgiu da afinidade entre um músico jaraguaense e um holandês
Para quem pensa em sair do país, ele tem uma dica certeira. “Na Europa, muitas universidades são subsidiadas pelo governo e algumas bem acessíveis”, comenta. “Esse seria um primeiro passo para conseguir o visto e morar aqui, como foi meu caso”, aconselha.
A agenda de shows da banda está bem agitada. “Tocamos duas vezes por mês no pub Bourbon Street, em Amsterdã, e em alguns festivais e casas de shows”, comenta o jaraguaense. “Também organizamos uma festa de música brasileira que acontece na cervejaria Oedipus e que está fazendo bastante sucesso por aqui”, orgulha-se.
A saudade de casa não deve durar muito, já que a banda estará no Brasil para uma turnê em novembro deste ano. “Ainda estamos fechando as datas, mas faremos pelo menos dois shows em Jaraguá”, revela. “Trabalhamos duro pra gravar as nossas músicas bem e, ao vivo, posso garantir: somos da pesada”.
Cartaz da festa organizada pelo pessoal da Mabassa
Fique por dentro das novidades da Mabassa, curtindo a página no Facebook e seguindo o canal da banda no Youtube. Você também pode visitar o site recém-lançado deles clicando aqui.
Agora, conheça um pouco mais do som dos caras:
