Mesmo com as chuvas, estiagem ainda preocupa em Santa Catarina

Foto: Divulgação

Por: Elissandro Sutil

17/09/2021 - 11:09 - Atualizada em: 17/09/2021 - 11:57

Apesar das chuvas volumosas que atingem algumas regiões de Santa Catarina nos últimos dias, a primeira quinzena de setembro foi de precipitações abaixo do esperado para o período na maior parte do estado. Historicamente, o mês que inaugura a primavera registra volumes de chuva relativamente altos. A média esperada para o período fica entre 175 milímetros e 200 milímetros na metade Oeste e 125 milímetros a 175 milímetros no Leste.

No entanto, em algumas regiões, na primeira quinzena, o volume de chuvas ficou bem abaixo do previsto e, portanto, o acumulado mensal também não deve atingir a média histórica, segundo dados do Boletim Hidrológico Integrado, divulgado nesta quinta-feira (16).

Estiagem e aumento de consumo preocupam a Casan | Foto Casan/Divulgação

Do Oeste ao Litoral Sul, os volumes registrados na primeira quinzena de setembro variaram de 60 milímetros a 100 milímetros, com acumulados pontuais que superaram 125 milímetros. As chuvas mais intensas ocorreram em um curto intervalo de tempo, entre a segunda (13) e terça-feira (14).

Já na região Nordeste do estado, os volumes registrados foram abaixo dos 40 milímetros. Nas demais áreas, a variação ficou entre 40 milímetros e 80 milímetros.

Manutenção dos efeitos

Por esse motivo, as chuvas não foram suficientes para amenizar os efeitos da seca na situação hidrológica e no abastecimento urbano. Dentre os 295 municípios do estado, 266 atualizaram as informações.

Desses:

  • 157 estão em estado de normalidade.
  • 88 em estado de atenção.
  • 17 em estado de alerta.
  • quatro em estado crítico.

Isso representa uma pequena oscilação em relação aos dados da edição do Boletim Hidrometeorológico divulgado no início de setembro, quando, dos 264 que haviam atualizado a situação junto às agências reguladoras, 150 estavam em estado de normalidade, 83 em atenção, 27 em alerta e quatro em estado crítico.

Em relação ao Índice Integrado de Seca (IIS), que é aferido a partir da combinação de fatores como a precipitação registrada, a disponibilidade de água para a vegetação e a saúde da vegetação (os dois últimos estimados por sensoriamento remoto), há o indicativo de manutenção de efeitos da seca em praticamente todo o estado.

Apenas três municípios tiveram sua situação avaliada como normal, entre os quais Florianópolis. Nas demais áreas, o IIS variou entre seca fraca em 104 municípios, moderada em 176 municípios e severa em 12 municípios.

Previsão

Os dados apresentados nesta edição do Boletim Hidrometeorológico apontam para uma previsão de intensificação dos impactos e consequências da estiagem hidrológica até o final de 2021. Também se mantém a perspectiva de que os níveis dos rios não retornem à média histórica até o início de 2022.

“Por esse motivo, é preciso manter a atenção tanto aos comunicados dos órgãos de monitoramento, ambientais e de regulação dos serviços de abastecimento urbano, como em relação ao consumo racional de água”, destacou o secretário executivo do Meio Ambiente de Santa Catarina, Leonardo Porto Ferreira.

A opinião é compartilhada pela gerente de fiscalização da Aresc, Luiza Burgardt.

“Os impactos causados pela estiagem hidrológica que se mantém ainda no estado aumentam a preocupação, em especial, com as regiões mais afetadas. Por isso, o monitoramento da situação do abastecimento público pelas agências de regulação volta a ser concentrado nas ações de mitigação dos prestadores e municípios, visando à continuidade desse serviço público, que é primordial para a população catarinense”, afirma.

O Boletim Hidrometeorológico Integrado é uma publicação on-line periódica da Secretaria de Estado do Desenvolvimento Econômico Sustentável (SDE), por meio da Secretaria Executiva do Meio Ambiente (Sema), e da Defesa Civil de Santa Catarina (DC/SC), por meio do Centro Integrado de Gerenciamento de Riscos e Desastres (Cigerd). Colaboram com a publicação, ainda, a Agência de Regulação de Serviços Públicos de Santa Catarina (Aresc), além de agências reguladoras e consórcios municipais de diferentes regiões catarinenses.

*Com informações de assessoria de imprensa.

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