Inicia o mês de prevenção ao suicídio

Amarelo dá o tom para a campanha que aponta importância da ajuda profissional e familiar para superar crises psicológicas e emocionais - Foto: Eduardo Montecino/OCP Online

Por: OCP News Jaraguá do Sul

01/09/2016 - 04:09 - Atualizada em: 02/09/2016 - 09:01

A cor amarela é símbolo de luz e alegria, além de estimular a atividade racional e mental. O mês de setembro tem essa cor e busca a prevenção ao suicídio e a valorização da vida. De acordo com os dados de 2014, da Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 90% das pessoas em algum momento da vida já pensaram em cometer autodestruição.

“A prevenção ao suicídio se dá na informação”, comenta médica psiquiatra, Luísa Caropreso. Segundo ela, o problema está no tabu de as pessoas acharem que o assunto é demonstração de fraqueza e covardia. Para a psiquiatria, quem tenta suicídio não quer morrer, mas acabar com o sofrimento.

Em Santa Catarina, segundo Estado do país com maior taxa de suicídios, foram 584 casos em 2014 – um índice de 8,7 óbitos a cada 100 mil habitantes. A OMS estima que há pelo menos 20 tentativas frustradas para cada suicídio registrado.

Mas a maior parte dos casos tem prevenção. Os estudos apontam que 90% das mortes voluntárias estão ligadas a transtornos mentais, como depressão, bipolaridade, abuso de álcool e outras drogas. Com tratamento adequado, ajuda profissional e apoio familiar é possível superar as crises.

De acordo com uma pesquisa realizada em 2014 pelo Centro de Valorização à Vida (CVV), 35,8% das tentativas de suicídio são causadas por depressão; 22,4% por transtorno por uso de substância psicoativa (álcool, ecstasy, anfetamina); 10,6% por esquizofrenia; 11,6% por transtorno de personalidade. Conhecendo os fatores, a chance de prevenir uma tragédia é maior.

Os familiares e amigos devem ficar atentos aos sinais demonstrados pelas pessoas que estão com problemas como a depressão. “Elas costumam falar que querem morrer e o comportamento muda. Ficam mais isoladas”, salienta a psiquiatra. Uma forma de tentar a prevenção é perguntar se ela já pensou na possibilidade. “Você não vai chegar e perguntar: quer morrer? Tem que chegar de uma forma delicada, assim ela se abre com você, confia e você pode ajudar”, completa Luísa.

Pensando na prevenção do tema, na quarta-feira (21), às 19 horas, acontece uma palestra na Clínica Setes, em Jaraguá do Sul, com o tema “Conceitos gerais, identificação de risco e abordagem”, que será ministrada pela médica psiquiatra Luísa Caropreso. Outra atividade relativa ao mês de setembro está sendo desenvolvida pelo CVV, que vai realizar um debate sobre “A dificuldade da abordagem do suicídio na mídia”.

Fique atento
A maioria dos suicídios é precedida por diversos sinais de alertas verbais ou comportamentais.

É importante entender quais são esses sinais e procurar por eles, como:
• isolamento
• tristeza profunda, falta de esperança, de ânimo
• ter tido uma tentativa prévia de suicídio
• distúrbios mentais
• perda financeira ou de emprego
• dor crônica ou doença
• falta de esperança (geralmente acompanhada de distúrbios mentais ou tentativas anteriores de suicídio)
• histórico familiar
• abuso de álcool e outras substâncias
• genética e fatores biológicos (como baixos níveis de serotonina, que são associados a pacientes com alterações de humor, esquizofrenia e distúrbios de personalidade)