Escola na Ilha da Figueira deverá oferecer ensino médio integral a partir de 2018

Por: OCP News Jaraguá do Sul

13/09/2017 - 08:09 - Atualizada em: 13/09/2017 - 08:55

A escola Holando Marcelino Gonçalves, na Ilha da Figueira, deverá oferecer ensino médio integral para alunos do primeiro ano, a partir de 2018. A unidade está em uma lista com outras 19 escolas aptas à adesão do sistema em Santa Catarina. O documento foi enviado no começo da semana pelo Estado ao MEC (Ministério da Educação). De acordo com a gerente de Educação da ADR (Agência de Desenvolvimento Regional), Cristiana Poltronieri, o programa é o mesmo implantado este ano na escola Professor Heleodoro Borges. O Governo Federal repassa R$ 2 mil por aluno, anualmente, para que os estados convertam escolas regulares ao sistema integral, previsto pela reforma do ensino médio.

Ao todo, 572 escolas do país serão selecionadas, de modo a atender 256 mil estudantes a partir do ano que vem. Nos próximos dois anos, o MEC deve investir R$ 1,5 bilhão para criar 500 mil novas vagas. A estimativa é chegar a 520 mil em 1.088 escolas até 2020.

Conforme Cristiana, a intenção é ampliar gradativamente. Estudos da gerência apontam que a escola Maria Nilda Salai Stähelin, no Tifa Martins, e a Vitor Meirelles, no bairro Santo Antônio, seriam as próximas unidades preparadas para a implantação. “A resposta ao ensino integral foi bastante positiva. Até dos próprios alunos. A gente esperava um número grande de desistências pela rotina mais puxada, mas eles gostaram e estamos tendo um retorno bem bacana”, destaca a gerente. De acordo com Cristiana, 69 alunos estão cursando o ensino integral na Heleodoro Borges.

As escolas que farão parte do programa ampliarão a jornada e deverão ofertar pelo menos cinco horas por semana de português e cinco horas de matemática. O restante do tempo adicional será dedicado a atividades da parte flexível, definida considerando as diretrizes curriculares nacionais e locais.

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Escola vê resultados com novo sistema 

Em seis meses trabalhando com o modelo de ensino integral, a escola Professor Heleodoro Borges vive novas experiências. De acordo com a coordenadora do programa na unidade, Giovana Bassi Costa, a mudança atingiu alunos e professores. “No primeiro momento foi um desafio bem grande, mas hoje não queremos trocar por nada. A proposta é excelente e a gente percebe isso nos alunos”, comenta.

Com capacitação contínua e proposta curricular do Instituto Airton Senna, Giovana destaca que a equipe tem acesso a estratégias práticas de educação que mostraram resultados. Professores de português e matemática, que antes davam aulas para nove turmas para fechar a carga horária, agora, trabalham com duas e tem o restante das horas para preparar as aulas. “Era uma utopia, a gente achou que nunca teríamos isso. Mas nos perguntamos até quando isso vai se manter”, questionou a coordenadora, considerando que este é o modelo ideal. As mudanças na abordagem e acesso à matérias complementares, como projeto de vida, pesquisa e intervenção e estudos orientados, onde os alunos fazem as tarefas em conjunto, trouxe mais protagonismo aos alunos. “A gente percebeu esse amadurecimento em um semestre. Conversamos com alguns alunos que vieram obrigados para o ensino integral, hoje você pergunta e eles não querem trocar. A forma de se colocar está mais crítica, eles buscam o conhecimento, a gente está encantado”, destaca Giovana, ressaltando também a necessidade de uma mudança de mentalidade em Jaraguá do Sul, onde a desistência do ensino médio para o ingresso no mercado de trabalho é uma realidade.

*Reportagem de Natália Trentini | Coluna Pauta Livre