Escola João Romário Moreira leva dois projetos para feira estadual

Por: Elissandro Sutil

19/09/2017 - 10:09

Projetos elaborados pelos alunos do ensino fundamental e médio da escola estadual João Romário Moreira, no bairro Rio Cerro 2, conquistaram o primeiro lugar na Feira Regional de Ciência e Tecnologia realizada na semana passada. As propostas serão apresentadas na etapa estadual, programada para acontecer nos dias 18 e 19 de outubro, em Florianópolis. Há pelo menos quatro anos, a escola fica entre as três primeiras colocadas na disputa.

Assim como nas feiras anteriores, os projetos estão ligados à realidade dos estudantes. Os dois projetos trazem alternativas sustentáveis para problemas como o baixo reaproveitamento de materiais recicláveis e resíduos orgânicos.

A dupla do segundo ano do ensino médio, formada por Luis Ricardo Timm e Luan Mathias, por exemplo, desenvolveu um concentrado nutricional para alimentar os frangos e galinhas. Vizinhos no bairro onde moram, na zona rural do município, os alunos observaram que algumas galinhas comiam o próprio ovo como forma de preencher a falta de nutrientes.

Junto dessa necessidade, eles notaram um elevado desperdício de alimentos e produtos agrícolas. Na receita do concentrado foram utilizadas cascas de ovos, milho, arroz, trigo, folhas de couve, suco de laranja, banana, caldo de cana e semente de girassóis. “Cada um deles tem um nutriente diferente que auxilia no crescimento saudável do animal e promove um desenvolvimento acelerado”, destaca Timm.

Os testes comparativos entre frangos que comiam apenas a ração convencional e os que estavam se alimentando com o concentrado e a ração, mostraram os resultados. Os frangos que se alimentaram com o concentrado começaram pesando 84 gramas e no terceiro dia já estavam com 114 gramas. Enquanto os outros iniciaram com 72 gramas e apresentaram a mesma pesagem no período.

IDEIA COM CONCEITO ECOLÓGICO

Entre os projetos do ensino fundamental, as vencedoras foram Mikaela Eskelsen e Melissa Mabel Peruch, do nono ano. Elas criaram uma manta térmica com caixa de leite para manter a temperatura dentro das residências mais agradáveis. A ideia é que o material seja instalado no forro das casas. “Por ter uma face aluminizada, a caixa se torna uma solução ecológica, pois o material será reaproveitado. A manta também protege contra goteiras, respingos ou sujeiras, não aumenta o risco de incêndios e pode gerar economia na conta de luz”, explica Mikaela.

Mikaela e Melissa criaram manta que ajuda a regular a temperatura dentro das construções | Foto Eduardo Montecino/OCP

O material das caixas de leites e sucos industrializados levam cerca de cem anos para se decompor. Além disso, salienta Melissa, o custo para reciclar o papel é mais caro por ele conter seis camadas. A ideia das alunas é construir um protótipo maior, que possa ser aproveitado pelas crianças da educação infantil.

A diretora da escola, Liane Lia Reinke, observa que a equipe pedagógica incentiva a pesquisa científica por meio de trabalhos diferenciados para promover o desenvolvimento dos alunos. “É um conhecimento que pode ser aproveitado futuramente, em âmbito profissional inclusive”, aponta Liane.