Empresa jaraguaense investe no mercado de robótica

Equipamento desenvolvido pela empresa agrupa e leva ao forno tijolos, enquanto contabiliza estatísticas de produção - Foto: Eduardo Montecino/OCP Online

Por: OCP News Jaraguá do Sul

25/08/2016 - 04:08 - Atualizada em: 25/08/2016 - 15:00

Já não é segredo que o futuro da indústria mora na automação. Quanto mais rápido, eficiente e integrado o processo de produção, mais forte e competitivo o negócio se torna. De olho nesta tendência, dois empresários catarinenses resolveram apostar no setor de robótica: unindo tecnologia de ponta e mão de obra altamente qualificada, eles pretendem brigar de igual para igual com os gigantes do mercado internacional. E o melhor, com tecnologia inteiramente desenvolvida por aqui.

A empresa começou há cerca de dois anos, com o intuito de suprir a carência do mercado por tecnologias brasileiras. Foram meses de planejamento estratégico, pesquisa e aproximação com fornecedores de todo o mundo para criar a RBR Robotics, relata o jaraguaense Jean Karsten, um dos sócio-fundadores. Há um mês, a empresa tem sede na aceleradora de negócios Jaraguá Tec, onde tem despertado o interesse de investidores.

Segundo Karsten, atualmente o mercado de robótica é dominado por países como Estados Unidos, Alemanha e Japão, o que torna este tipo de tecnologia cara para as empresas brasileiras. Para ser capaz de concorrer com os gigantes do setor, os empreendedores apostaram em duas frentes: utilização do que há de mais moderno em tecnologia no mercado e qualificação da mão de obra.
“Entendemos que uma empresa não é feita por uma ou duas pessoas, mas por uma equipe de profissionais. Por aqui temos mão de obra altamente qualificada e uma grande demanda por equipamentos. É um ambiente propício, um celeiro de negócios”, avalia Karsten, que é formado em matemática e cursa engenharia mecânica. Por enquanto, a produção da RBR Robotics está concentrada em Criciúma, mas o plano é trazer a fábrica para Jaraguá do Sul.

Dentre os maiores desafios do mercado, Karsten destaca a desconfiança com a tecnologia brasileira e o alto custo de investimento. Se levado em conta o período de planejamento, projeto, produção de um equipamento, são necessário entre três e seis meses para efetivar a entrega do produto. Se o equipamento for para uma demanda complexa, o investimento na produção pode chegar a meio milhão de reais.

“Existem os desafios de atuar no mercado nacional, o receio, mas também há muitos investidores interessados em ampliar esse setor. Na automação industrial uma tecnologia pode ser superada em questão de meses e uma empresa nacional ajuda a ampliar o acesso a tudo que existe de novo”, explica Karsten. Com três projetos em andamento, o objetivo da empresa é fechar pelo menos 15 contratos no ano que vem.

E desenvolver o equipamento ideal para cada empresa não é uma tarefa simples. Apesar de a estrutura ser a mesma em todos os equipamentos, cada produto exige adequações específicas para garantir um processo produtivo eficiente. “Temos um robô que agrupa tijolos e os direciona para o forno, enquanto dá estatísticas sobre a produção. É algo complexo, que exigiu muito estudo, pensando que o tijolo não pode ser danificado no processo”, exemplifica o empreendedor. Alguns equipamentos chegam a pesar meia tonelada e a valer mais de um milhão de reais, dependendo da demanda.

Para impulsionar ainda mais o desenvolvimento deste setor na região, a empresa trabalha em um projeto inovador: a criação de um robô de treinamento para universidades.