Dores faciais exigem um diagnóstico correto

Por: Rosana Ritta

23/08/2018 - 13:08

Ações aparentemente inofensivas, como apertar muito os dentes – inclusive involuntariamente durante o sono –, mascar chiclete por período prolongado ou até mesmo roer unhas podem contribuir para o surgimento e o agravamento de um grupo de desordens conhecido como “disfunção temporomandibular”, que envolvem a ATM (articulação temporomandibular) e/ou os músculos da mastigação e demais tecidos pertinentes.

A ATM é a articulação que une a mandíbula ao osso temporal do crânio em ambos os lados da cabeça, localizando-se um pouco à frente das orelhas. Trata-se de uma articulação complexa e muito importante que, em conjunto com os músculos da região, possibilita a movimentação da mandíbula, a abertura e o fechamento bucal, a mordida, a mastigação e até mesmo a fala.
A causa da disfunção temporomandibular nem sempre é conhecida ou identificável. Existem diversos fatores que podem ensejar o seu desenvolvimento, tais como trauma na face, artrite, problemas estruturais existentes desde o nascimento ou até mesmo estresse. Além disso, embora o problema ocorra comumente em mulheres na faixa dos 30 anos, é possível o seu desencadeamento em qualquer pessoa e em qualquer idade.

A disfunção temporomandinular gera desconforto na região da ATM e pode causar dores de cabeça, estalos ao abrir a boca, tonturas, zumbido e até mesmo dor nos ouvidos.

Por isso, o cirurgião-dentista especializado em Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial, Jefferson Wilson Simm Filho, alerta para que o paciente procure um profissional para fazer um diagnóstico correto.

“Qualquer dor na região da ATM ou impedimento ao funcionamento regular desta articulação e dos músculos próximos – como dificuldade ou desconforto na abertura ou fechamento bucal, na mastigação ou na mordida, desvio de mandíbula ao abrir a boca, estalos, zumbidos ou inchaços, associados ou não a dores de cabeça, tonturas ou dores de ouvido – podem ser indícios de disfunção temporomandibular, sendo aconselhável a imediata procura de um profissional para avaliação”, destaca o cirurgião-dentista.

Com o diagnóstico correto, caso constatado que se trata de disfunção temporomandibular, a primeira opção de tratamento pode ser, a depender da avaliação, a utilização de placas de mordida, podendo ser indicadas sessões de fisioterapia. Também podem ser prescritos medicamentos analgésicos, anti-inflamatórios e de relaxamento da musculatura. Em casos mais graves, é possível ainda a indicação de cirurgia.

Por se tratar de um problema que, em geral, pode comprometer a qualidade de vida do paciente, gerando dores e desconfortos persistentes, o diagnóstico precoce e o tratamento imediato se mostram de grande importância.

Jefferson Wilson Simm Filho – Cirurgião-dentista especializado em Cirurgia e Traumatologia bucomaxilofacial