Como as apostas esportivas ajudam os times brasileiros

Foto: Divulgação/Pixabay

Por: OCP News Jaraguá do Sul

29/07/2022 - 09:07 - Atualizada em: 29/07/2022 - 14:42

Com o patrocínio das casas de apostas, os clubes brasileiros podem aumentar seus investimentos na formação de novos atletas

As casas de apostas invadiram o Brasileirão Série A. Dos 20 times participantes, 19 possuem algum vínculo com empresas do ramo das apostas esportivas. Os acordos variam, e nem todos os times usam os patrocínios em suas camisas.

Além disso, as casas também apoiam campeonatos, anunciam durante as transmissões dos jogos e patrocinam jogadores e ex-jogadores, para estreitar os laços com os apostadores brasileiros. A estratégia deu certo, pois o segmento cresceu de R$2 milhões para R$7 bilhões entre os anos de 2018 e 2020, segundo dados do portal Mktesportivo.

Como tudo começou

Em 2018, o então presidente Michel Temer sancionou a Lei das Apostas Esportivas (Lei 13.756/2018), legalizando as apostas de cota fixa no país. As casas já estavam presentes antes da publicação do texto e a presença não era ilegal porque os sites possuíam hospedagem estrangeira. Três anos depois, em 2021, o presidente da República Jair Bolsonaro sancionou a Lei 14.183, que altera a arrecadação e distribuição dos palpites on-line.

Mesmo assim, grande parcela dos ganhos não ficam no Brasil. Eles são enviados para os países onde estão hospedadas. Ainda existe a urgência de legalização por completo. A regulamentação das casas proporciona benefícios para todos, incluindo apostadores, clubes, jogadores, campeonatos e entidades.

Regulamentação das apostas e seus benefícios:

Segurança

A segurança é uma delas, pois as casas atuam sobre as leis do nosso país. Os apostadores podem se divertir sem grandes preocupações. Afinal, as transações financeiras ficam muito mais seguras. Qualquer problema, como falta de pagamentos ou evasão de dados, pode ser encaminhado à justiça brasileira. Isso não é possível sem a regulamentação.

Além disso, elas precisam cumprir deveres para conseguir tirar a licença e, posteriormente, operar no Brasil. Essas obrigações têm o objetivo de inibir a presença de casas de apostas fraudulentas. Por exemplo: a empresa detentora da licença deve pagar a Taxa de Fiscalização de Jogos e Apostas (Tafija) mensalmente.

Geração de empregos

A legalização total das apostas esportivas também vai gerar empregos. O número de novos postos de trabalho pode ultrapassar a casa dos 600 mil. Os setores de marketing e publicidade, tecnologia e informação, eventos esportivos e ciência de dados serão os mais impactados.

Arrecadação de impostos

A regulamentação vai garantir que o faturamento permaneça no Brasil, impulsionando a economia. O governo acredita que o setor de apostas pode faturar de R$2 bilhões a R$8 bilhões por ano. Com isso, o potencial de arrecadação é de R$22,2 bilhões em receitas tributárias e R$74 bilhões brutos.

A distribuição dos tributos arrecadados será definida por meio da Contribuição de Intervenção do Domínio Econômico, mais conhecida como Cide-Jogos. Observe os destinos:

  • 10% financiamento de programas e ações na área do esporte;
  • 10% fundo nacional da cultura;
  • 4% financiamento dos programas e ações compreendidos no âmbito da saúde pública;
  • 4% financiamento dos programas e ações de saúde relacionadas a ludopatia;
  • 6% fundo nacional de segurança pública;
  • 4% Fundo Nacional para a Criança e o Adolescente;
  • 4% financiamento de programas e ações de defesa e proteção animal;
  • 4% Fundo de Financiamento Estudantil (FIES);
  • 5% para ações de reconstrução de áreas de risco ou impactadas por desastres naturais e ações para construção de habitações destinadas à população de baixa renda remanejadas de áreas de risco ou impactadas por desastres naturais;
  • 5% Para ações destinadas para prevenção de desastres naturais no âmbito da defesa;
  • 16% para o Fundo de Participação dos Estados (FPE);
  • 16% para o Fundo de Participação dos Municípios (FPM).

Estímulo ao esporte e aos clubes

Para estreitar os laços e ganhar a confiança do mercado brasileiro, as casas de apostas que desembarcaram em 2018 decidiram patrocinar clubes e campeonatos. A estratégia deu certo e segue sendo utilizada.

Só para ilustrar, 35 dos 40 times que disputam as duas primeiras divisões nacionais possuem parceria com casas de apostas. A maioria dos clubes estampa o patrocínio em seus uniformes, seja na camisa, bermuda ou até mesmo nas meias. Além disso, diversas placas de publicidade estão espalhadas nos estádios.

Desse modo, as casas de apostas investem no desenvolvimento do esporte e dos clubes brasileiros. O dinheiro do patrocínio pode ser utilizado de várias maneiras.

Com o montante arrecadado, as instituições podem investir na formação de atletas, por exemplo. Muitos clubes precisam de novos centros de treinamentos, com campos, alojamentos, salas de aula, academias e toda estrutura necessária para formar atletas e cidadãos.

Uma categoria de base forte revela craques e, como resultado, gera renda ao time. O jogador revelado pode contribuir para conquistas em campo, que rendem premiações ao clube. Além disso, pode contribuir ao ser vendido para o exterior, pois parte da venda será destinada aos cofres da equipe.

Atualmente, muitos clubes estão endividados, com problemas para equilibrar a receita. Uma boa alternativa é usar o dinheiro do patrocínio das casas de apostas para sanar as pendências. Com uma boa saúde financeira, a diretoria consegue contratar reforços, gerir o elenco e montar uma comissão técnica de qualidade.