Será definido nesta quarta-feira (20) o destino de um dos imóveis mais conhecidos pelos jaraguaenses. Localizada entre os bairros Santo Antônio e Nereu Ramos e tombada pelo patrimônio histórico do município em 2014, a casa da família Moretti corre o risco de passar pelo processo de destombamento para construção de uma rotatória na rua Lino Piazera.
Os 18 conselheiros do Conselho Municipal do Patrimônio Histórico, Cultural, Arqueológico, Artístico e Natural (Conphaan) serão os responsáveis pela votação, que deve ocorrer às 8h desta quarta. O processo já teve dois pedidos de vistas. Segundo o fiscal do Patrimônio Histórico e Cultural, Carlos Baratto, a possibilidade de instalar uma rotatória no local e demolir o imóvel existe desde a época do tombamento.
Porém, em busca de alternativas já foram apresentados pelo menos quatro projetos que permitem a construção da rotatória e mantém a casa sem alterações em sua estrutura. Conforme Baratto, alguns deles incluíam uma humanização da área, com instalação de área de lazer e revitalização do espaço.
Imóvel integra rota de imigração italiana da região
O imóvel faz parte do Núcleo Histórico do Santo Antônio e Complexo de Casas Alberto Moretti, junto da Igreja Santo Antônio de Pádua e cemitério. O ponto ainda está incluso na rota de imigração italiana e rota dos hotéis. Conhecida pela comunidade, a casa tem 212 metros quadrados e está abandonada atualmente. Por um longo período, abrigou um comércio local.
De acordo com Baratto, a edificação contém traços da influência teuto brasileira, caracterizada por elementos marcantes da construção ítalo brasileira. “A planta da casa é baixa, com escadaria interna de madeira e fundação de pedras de granito”, detalha.
Custos de restauração seriam altos
Conforme o diretor da Secretaria de Planejamento e Urbanismo, Ronis Bosse, um levantamento feito nesta gestão apontou um elevado número de acidentes no local – seriam 14, conforme a Polícia Militar – e um alto custo para restauração do imóvel. Nos reparos seriam investidos cerca de R$ 600 mil. Na desapropriação de terrenos, outros R$ 200 mil.
“O que mais pesa na questão do destombamento é que mesmo fazendo um contorno à construção, o problema do trânsito não seria resolvido porque a casa tampa muito a visão dos motoristas. Os ciclistas e pedestres também não estariam protegidos”, aponta Bosse. O diretor acredita que mesmo que haja a demolição do imóvel, o conjunto histórico do bairro ficará preservado pela permanência da igreja e do cemitério.
Para o fiscal do Patrimônio, a restauração completa não precisa ser feita imediatamente, sendo possíveis apenas ações emergenciais de reparos. Ele aponta que o proprietário do terreno está de acordo em fazer uma permuta com a Prefeitura, economizando o valor da desapropriação.