O atacante Gabigol, do Flamengo, se manifestou após ser detido em um cassino clandestino na madrugada de domingo (14), em São Paulo, que reuniu mais de 200 pessoas.

Em entrevista ao repórter Eric Faria, da Rede Globo, o jogador contou que não sabia que funcionava um cassino no local e saiu para jantar com os amigos.

Flagrado escondido embaixo de uma mesa, ele disse que a orientação dos agentes foi de que todos ficassem no chão.

Para finalizar, afirmou que faltou responsabilidade de sua parte e pediu desculpas.

Confira a entrevista completa

Sobre o episódio dessa madrugada, eu queria que você falasse o que aconteceu, porque você resolveu ir a um cassino clandestino em São Paulo?

Gabigol: Então, eu fui convidado por amigos, realmente eu não sabia para onde eu estava indo. Quando eu cheguei no local, a gente queria jantar, eu moro em Santos e moro no Rio. Então, quando eu cheguei lá, eu comi com os amigos e quando eu estava indo embora, (a polícia) acabou chegando.

Você tem o hábito de frequentar cassinos? Você chegou a jogar nessa madrugada?

Não, não, não tenho esse costume de jogar. A única coisa que eu jogo mesmo é vídeo game. Estava com os meus amigos, a gente foi comer, acabamos comendo e quando a gente estava indo embora, a polícia chegou mandado todo mundo ir para o chão.

Mas quando você chegou, não percebeu que tinha muita gente e nesse momento de pandemia não era o lugar mais adequado pra você ficar?

É, faltou sensibilidade da minha parte, até por ser meu último dia de férias, estava ali com meus amigos, estava feliz no momento de estar ali com eles, um momento que a gente quase não tem. Acho que faltou um pouquinho de sensibilidade, mas sempre usando máscara, sempre com álcool em gel. Realmente, quando eu percebi que tinha um pouquinho mais de gente, eu estava indo embora.

Você estava de máscara o tempo inteiro? Quando a polícia chegou para abordar você, você estava de máscara? Como foi depois que a polícia entrou lá?

Na verdade, foi um susto muito grande, porque eu estava indo embora. Eu estava entrando no elevador para ir embora, e aí a polícia chegou mandando todo mundo ir para o chão. A gente ficou no chão, como eles pediram, e aí foi um susto muito grande, ninguém esperava que isso fosse acontecer. Eles me encaminharam para uma sala. Lá eles falaram comigo e, como eu falei, eu peguei e ajudei eles no que foi preciso e foi tudo bem.

Surgiu uma notícia de que você estava escondido, embaixo de uma mesa para não ser visto. Isso é verdade?

Não, se eu tivesse me escondido, eu não sairia como eu saí. Saí de cabeça erguida, como eles pediram, entrei no carro da polícia como eles pediram, fui para delegacia fazer o B.O, quando eles chegaram, pediram para todo mundo ir para o chão, como qualquer pessoa, eu fui para o chão e fiz o que eles mandaram.

Você sabe que é um cara que inspira muitas pessoas no Brasil, principalmente as crianças. O que você acha que fica desse episódio nessa sua questão da idolatria, da sua imagem como, talvez, o principal jogador hoje atuando aqui no futebol brasileiro?

Eu acho que o primeiro é o aprendizado. Eu acho que, independentemente da idade, da pessoa, todo mundo erra, como eu errei. Acho que faltou um pouco de sensibilidade da minha parte e saber que talvez não era o local ideal para eu estar, mas eu estava lá com os meus amigos, como eu falei, era meu último dia de férias, queria também me divertir e, quando eu percebi que estava um pouquinho a mais de pessoas e poderia ocorrer algum risco, eu estava indo embora. Sendo que a polícia chegou, e eu cooperei com eles.

Então eu peço desculpas para torcida do Flamengo, para as pessoas que gostam de mim. Eu creio que eu não sou um cara de aparecer em matérias assim, nem nunca fui um cara de quebrar a pandemia, estive esse tempo todo em casa. Então eu acho que faltou um pouquinho mais de sensibilidade da minha parte, de entender que não era para eu estar ali. Mas como eu falei, eu errei, peço desculpas e segue o jogo.

Você acha que faltou falar alguma coisa?

Não, eu acho que eu errei, como várias pessoas erram. Faltou um pouquinho de sensibilidade da minha parte de não estar naquele local, mas também quando eu percebi, eu estava indo embora. Eu estava com os meus amigos me divertindo, peço desculpas, porque eu errei, à torcida do Flamengo, a todas as crianças do Brasil que gostam de mim, a população de São Paulo, porque eu realmente não moro aqui, eu moro em Santos e no Rio.

Então eu peço desculpas a todos eles e como eu falei, fica o aprendizado. Eu sou muito novo, eu sei que eu vou errar e vou acertar, mas como eu te falei, na pandemia eu não quebrei nenhuma regra, sempre respeitei e não tinha porque eu fazer diferente ontem. Eles pediram para eu sair, para eu acompanha-los e, de cabeça erguida, eu fiz isso.

Você foi meio que obrigado a ir no carro da polícia, outras pessoas foram no carro da polícia com você, você sentiu que por você ser mais famoso, houve essa coisa de quererem usar a sua imagem naquela situação ou não, foi tudo normal?

É, eu acho que foi um pouco complicado né. Porque eu falei com eles que estava de carro no local e poderia ir até lá no meu carro. Em todo momento eu cooperei, não quis criar briga ou fazer algo assim. Eu perguntei para eles, e eles disseram que não. Entrei no carro e fui até lá, fiz o B.O e depois meus amigos foram me buscar.

O Flamengo volta aos treinos nessa segunda. Teve alguma orientação do clube sobre a realização de exame de Covid, por exemplo?

Eu fiz o exame nesses dias. Estou fazendo exame quase todo dia, então com certeza eu não estou. Com certeza, quando a gente voltar, a gente vai fazer, e eu não estarei (com Covid) porque eu fiz exame nesses dias.