OCP nos bairros: Em desenvolvimento, São Luís mantém segurança e tranquilidade

Foto Eduardo Montecino/OCP News

Por: Elissandro Sutil

23/08/2018 - 05:08

Para quem quer encontrar qualquer endereço no bairro as referências são, em geral, as mesmas. Afinal, não há como ignorar a imponência e importância de algumas construções, empresas, comércios e instituições para a comunidade que não carrega o nome São Luís à toa.

Dependendo de qual “lado” você se encontra, o ponto de referência muda. Se é ali pelos lados da rua João Januário Ayroso com a João Franzner, os silos gigantes do Urbano Alimentos são um bom ponto para se encontrar no bairro que se confunde com os vizinhos Jaraguá Esquerdo, Tifa Martins, Parque Malwee e Barra do Rio Molha.

Foto Eduardo Montecino/OCP News

Agora, há também a comunidade São Luís Gonzaga, que não passa despercebida e nem poderia, afinal, deu nome ao bairro.  Considerado o padroeiro da juventude e dos estudantes pela Igreja Católica, o santo motivou também o nome do bairro que abriga a igreja em homenagem a ele.

A igreja, inclusive, foi mudando ao longo dos anos, assim como o bairro que cresce dia após dia, garante o vendedor Joel da Silva que, dos 50 anos de idade, faz do São Luís sua casa há 29.

Foto Eduardo Montecino/OCP News

“Ah, mudou demais, antes era só estrada de chão, hoje é tudo asfaltado. Aumentou muita coisa por aqui, até mesmo o transporte. Quando eu vim morar aqui, às vezes tinha que ir trabalhar de bicicleta porque não tinha ônibus. Imagina comparar com o que temos agora”, lembra.

Com pouco mais de 4,1 mil habitantes segundo o último Censo (2010), divulgado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), o bairro tem características bastante equilibradas.

Se de um lado o Urbano Alimentos representa o poder da indústria, os pequenos comércios não ficam atrás e se espalham pelas ruas do São Luís.

Foto Eduardo Montecino/OCP News

O crescimento é, aponta Rosilete Dorn, 40 anos, visível e constante. Ela garante que a frase clichê “antes era tudo mato” é real por ali.

“Cresceu bastante nesse tempo e olha que eu sempre morei por aqui, o máximo que fiz foi mudar de rua e todo mundo viu que modificou muito, era só pasto aqui onde tem esse monte de casa”, diz.

O desenvolvimento do bairro é unanimidade entre os moradores e, assim como Joel e Rosilete, para Dulce Correa Hess, 54 anos, durante os 20 que mora no São Luís, foi possível acompanhar a paisagem se alterando e a vida mudando.

Foto Eduardo Montecino/OCP News

“Tinha muito pouca coisa aqui quando chegamos. Nesse tempo mudou muito, construções surgiram, casas, comércio, então melhorou demais”, conta.

A proximidade com outros bairros que chega a causar confusão é, para os moradores, essencial para o desenvolvimento da comunidade que tem facilidade de acesso a diversas estruturas que, se não estão nos limites do São Luís, estão nas proximidades.

Segurança é ponto forte, dizem moradores

Embora populoso e em franco desenvolvimento, o São Luís segue promovendo segurança, ressaltam os moradores. A tranquilidade gera satisfação e, por isso mesmo que o vendedor Joel da Silva sequer cogita mudar para outro bairro.

Além da segurança e tranquilidade, a comodidade da grande oferta de comércio, serviços e transporte conquistaram Joel desde 1989.

“Eu não trocaria por bairro nenhum em Jaraguá do Sul. O São Luís é muito bom, temos tranquilidade e tudo por perto”, ressalta.

Segundo o vendedor, além de ser seguro desde que chegou a ele, o bairro ainda conta com presença ostensiva da polícia que, para Joel, contribui e muito para a tranquilidade.

Joel não pensa em se mudar do bairro no futuro. | Foto Eduardo Montecino/OCP News

Além de Joel, Rosilete também vê o São Luís da mesma maneira. Para ela, que salienta já ter trocado de rua, não de bairro, a estrutura da comunidade, aliada a segurança, tranquilidade e boa vizinhança, são ingredientes para “conquistar” os moradores.

“Eu não posso reclamar do bairro. Onde moramos, não se escuta falar em violência, droga, nada. E tem tanta coisa por aqui: farmácia, banco, área de lazer, tudo”, avalia.

Segurança e tranquilidade são, para Dulce Correa Hess, bons motivos para “criar bem os filhos”. Ela ressalta que acesso, serviços e segurança não faltam. “É muito bom morar aqui”, complementa.

Para Dulce, o bairro é um bom lugar para criar os filhos. | Foto Eduardo Montecino/OCP News

E se a comunidade se sente segura, a própria igreja tem parte nisso, como conta Dulce. Ao passar pela calçada em frente à São Luís Gonzaga, a cerca branca pode até passar despercebida, mas certamente foi motivo de muitas conversas entre os moradores que viram a estrutura sendo instalada, protegendo o enorme pátio que rodeia a igreja.

Dulce conta que a área foi cercada devido a má utilização do espaço. Segundo ela, antes era comum a presença de grupos em horários inoportunos, como durante a noite e madrugada.

“Fecharam tudo com cerca no ano passado. Trancam tudo porque antes ficavam ali fazendo baderna dia e noite”, conta.

Segundo a secretaria da igreja, a medida foi tomada pela comissão formada para administrar a igreja e a alegação é de que estavam ocorrendo “situações que não condizem com o espaço da igreja”.

Ribeirão é a “ferida” do bairro

Se as mudanças na estrutura, as novas construções, a instalação de comércios e indústrias e o crescimento populacional são aspectos vistos e enaltecidos pelos moradores, há também convergência quando o assunto é o principal problema do São Luís.

Foto Eduardo Montecino/OCP News

Sem pensar duas vezes ou hesitar no momento de apontá-lo, para os moradores o ribeirão é sujo, espalha mau cheiro e é a tradução do que afirmam ser um descaso com a comunidade.

Embora nos últimos anos o bairro não tenha sofrido com alagamentos, como acontecia no passado, o estado do ribeirão é a única coisa que não muda, reforça o vendedor Joel da Silva.

“Aqui mudou muita coisa, só o que não muda é o nosso ribeirão, precisava de uma galeria ou algo assim porque é inaceitável ele estar nesse estado e a céu aberto. Teria que fechar, talvez”, pondera.

Para Rosilete Dorn, que passa todos os dias pelo córrego, essa é a “ferida” do bairro. “A única coisa que não muda é isso aqui, esse córrego”, afirma. Ela considera também a falta de limpeza e manutenção como pontos que merecem atenção.

Foto Eduardo Montecino/OCP News

Há mais de quatro décadas Martinho Antônio Roling percorre as ruas do Santo Antônio e há cerca de cinco anos ajudou a transformar um terreno até então sem utilização em horta comunitária. O olhar atento a cada um dos canteiros não esconde também a preocupação com um vizinho incômodo: o ribeirão.

O aposentado conta que o descaso não é de hoje, mas tem piorado com o tempo. “Piorou faz uns três anos. Olha isso aqui, tem uns quinze centímetros de lodo, como que eles dizem que existe tratamento?”, questiona.

Martinho tinha a intenção de usar a água para regar as verduras da horta, mas a coragem evapora ao ver a cor da água. “Não existe coisa mais triste que esse esgoto”, reclama.

Ele conta ainda que com o cair da noite o cheiro se torna insuportável e Dulce Correa Hess corrobora a versão do aposentado.

Foto Eduardo Montecino/OCP News

Ela, que mora do outro lado da rua, ressalta que não há como ignorar o mau cheiro que toma conta da casa, especialmente quando a chuva demora a cair.

“A gente já pediu tanto e nada é feito. Além disso, olha o tamanho do mato, ninguém limpa, ninguém roça”, denuncia.

Além dos problemas com limpeza e mau cheiro, a margem do ribeirão está cedendo na altura da casa de Dulce, na rua Levinus Krause e, embora tenha uma pequena faixa de isolamento, o perigo preocupa os moradores da região.

A reportagem do OCP entrou em contato com a Prefeitura solicitando esclarecimentos a respeito da situação levantada pelos moradores, mas até o fechamento da edição não recebeu resposta à solicitação.

Quer receber as notícias no WhatsApp?