Educação Financeira: os primeiros passos para começar a investir

Foto Divulgação

Por: Pedro Leal

16/03/2019 - 05:03

Saber como investir é importante, mas também é preciso entender que tipo de investimento é melhor para cada situação econômica e pessoal.

É isso que afirma o consultor financeiro Layon Dalcanalli, da Patrimono Investimentos. No entanto, para muitos que almejam investir, é difícil entender que tipo de investimento é melhor para o seu perfil.

“Se conhecer primeiro, esse deve ser o primeiro passo antes de buscar qualquer aplicação, descobrir qual é seu perfil de investidor. Afinal de contas não existe melhor investimento, existe o melhor investimento para o seu perfil de investidor e momento de vida”, explica o consultor.

Segundo Dalcanalli, são três os perfis base de investimentos, divididos em conservador – com distância de risco e ganhos mais estáveis, porem menores – moderado, com uma disposição maior para risco, mas ainda tendendo à investimentos mais seguros, e agressivo – aberto a aceitar perdas no curto prazo para lucros maiores no futuro.

Para conhecer bem seu perfil, é preciso avaliar o seu grau de conhecimento do mercado e sua abertura para aceitar eventuais perdas.

Algumas perguntas devem ser feitas: o quão seguro estou de minhas decisões? Quanto dinheiro posso perder? Quanta renda tenho para investir? Sei reagir rapidamente ao mercado?

O perfil conservador, diz Dalcanalli, é quase sempre formado por poupadores, disciplinados, mas com pouco conhecimento no mercado financeiro.

Foto Arquivo OCP News

É o mais indicado para quem não tem conhecimento do mercado ou que tem pouca margem para assumir riscos. A maior parte dos seus investimentos tendem à poupança, mas renda fixa pode agregar aos investimentos.

Para quem quer investimentos em um perfil moderado, mesclando investimentos de risco e mais seguros, a principal qualidade é saber ouvir, estando aberto a aprender e quebrar paradigmas, afirma o economista.

“No entanto, normalmente leva um pouco mais de tempo para tomar de fato uma decisão. Se alguma coisa sair em desconformidade, ao menor sinal de insegurança, o investidor com esse perfil não pensará duas vezes em rever a estratégia e retornar à zona de conforto inicial”, explica.

Esse investidor está mais apto a investir em renda fixa, como CDB, Títulos Públicos, Debentures e também em fundos multimercados. Eventualmente, pode comprar ações, mas com pouca exposição.

Já o perfil agressivo está ligado a produtos de renda variável, como ações, derivativos, moeda estrangeira, debêntures, fundos imobiliários e fundos de ações.

Segundo Dalcanalli, embora o perfil exija um bom conhecimento de mercado, é possível encontrar dentro do perfil investidores que não fazem ideia do que estão fazendo, mas preferem arriscar tudo. “Estes tem grandes chances de perder muito dinheiro, o que  acontece quase sempre”.

 

Além do perfil, é preciso saber a meta

Além de identificar o perfil, é preciso o traçar o seus objetivos financeiros. Segundo Dalcanalli, quando se fala nessas metas, muitas pessoas confundem os “objetivos” com “sonhos”.

“Sonho é você ter uma aposentadoria tranquila, ter uma casa maior, poder viajar, dar uma educação de qualidade para os seus filhos. Objetivo financeiro é atribuir números aos seus sonhos, ou seja, colocar data e valor financeiro”, explica.

Ciente disto , é possível calcular o quanto você precisa poupar para atingir esse objetivo e ter a disciplina de executar e acompanhar o seu plano ao longo do tempo – e para, se preciso, alterar seus investimentos para acompanhar o mercado.

“Sabemos da importância de diversificar a carteira, isso é essencial para uma carteira de investimentos mais eficiente, porém, tão importante quanto isso, é balancear de tempos em tempos essa carteira, para se readequar ao seu perfil”, afirma Dalcanalli.

Foto Arquivo Agência Brasil

Ele exemplifica esta necessidade com um uma carteira de investimentos de R$ 1 milhão, 50% em renda fixa e 50% em renda variável. Depois de um ano de aplicação , o investidor tem perda de  41% renda variável e ganho de 12% na renda fixa, perdendo ao todo 14,5%, por exemplo.

De R$ 500 mil nas duas formas, a carteira passa para R$ 560 mil em renda fixa e R$ 295 mil  em renda variável.

“Neste momento, a maioria dos investidores ficaria paralisado, apenas observando sua posição de ações cair. Está errado? Não, porém, se observarmos sua alocação, ela está desenquadrada, sua posição de renda variável diminuiu”, destaca.

Segundo Dalcanalli, caso queira manter o perfil, este investidor deveria resgatar R$132,5 mil da aplicação de renda fixa, onde obteve lucro, para equilibrar a carteira investindo em renda variável, que terminaram o ano em baixa – assim, caso o mercado melhore, os ganhos potenciais são maiores do que se manter os investimentos como estão. Por isso, o investidor precisa estar disposto a analisar e entender as variações de mercado.

“Seguindo esta estratégia  sempre estaremos agindo de forma 100% racional, deixando de lado as emoções e aquele medo que temos quando o mercado de ações cai muito, com isso estaremos sempre comprando na baixa e vendendo na alta”, diz.

Perfil dos investidores

O consultor financeiro Layon Dalcanalli, da Patrimono Investimentos, defende que conhecer seu perfil é o primeiro passo para descobrir qual o tipo de investimento que mais se encaixa ao seu momento de vida. Conheça as principais características descritas por Dalcanalli.

Conservador

Quase sempre formado por poupadores disciplinados. É o mais indicado para quem não tem conhecimento do mercado ou que tem pouca margem para assumir riscos.

Moderado

Disposto a mesclar investimentos de risco e mais seguros. Aberto a ouvir, aprender e quebrar paradigmas. Entretanto, ainda tende mais para retornar às estratégias conservadoras se algo sair do controle no investimento.

Agressivo

Investidor que está ligado a produtos de renda variável. O perfil exige um bom conhecimento de mercado, mas é possível encontrar dentro do perfil investidores que não fazem ideia do que estão fazendo, mas preferem arriscar tudo.

 

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