Educação Financeira: como planejar a sua previdência privada?

Por: Pedro Leal

02/03/2019 - 05:03

Com os debates em torno da reforma da previdência tornando a aposentadoria pelo INSS não tão certa quanto antigamente, é importante entender como se preparar para a previdência privada e como investir para o futuro.

Nesta segunda parte de nossa série didática sobre educação financeira, conversamos com Layon Dalcanali, da Patrimôno Investimentos, para detalhar o assunto.

“Quando se fala em previdência privada logo pensamos no futuro, na aposentadoria, algo de longo prazo. Porém, será que devemos dar atenção a esse investimento apenas no momento da aposentaria?”, questiona Dalcanali.

 

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Segundo o consultor, não: é importante pensar em previdência com antecedência, para não ficar na mão na hora que a aposentadoria chegar. Quanto maior o tempo de contribuição com o plano, maior o rendimento – e dependendo do tipo de plano, menor a tributação

Os planos de previdência privada se dividem em dois grandes tipos: O Plano Gerador de Benefício Livre (PBGL), dedutível em até 12% no Imposto de Renda, e o Vida Gerador de Benefício Livre (VGBL), que não é dedutível.

A forma mais popular de investimento para o futuro no país segue sendo a poupança – tida como mais segura. Mas a modalidade é também a menos rentável dentre as opções, dependendo da taxa básica de juros, a Selic.

Já a rentabilidade de planos de investimentos, previdenciários ou não, depende de fatores que incluem a taxa de juros

Que tipo de plano?

O PGBL é indicado para quem faz declaração de Imposto de Renda pelo formulário completo, nesse caso, você pode abater até 12% do valor da sua renda bruta anual. Já o VGBL é ideal para quem faz a declaração de IR pelo modelo simplificado.

A forma em que o IR é calculado sobre a previdência também segue dois modelos: progressiva – com base na renda – e regressiva – com base no tempo de contribuição.

“As diferentes tabelas de alíquota de IR beneficiam perfis diferentes de investidor. Por isso, é importante prestar atenção a este detalhe; pode ter um grande impacto na hora de resgatar a sua previdência”, diz Dalcanali.

Tabela Progressiva

Recolhimento na fonte de 15% no momento do resgate, além do ajuste na Declaração Anual.

Ou seja, o valor resgatado soma com as demais rendas que estiverem declaradas e será tributado pela tabela de rendimentos vigente no Imposto de Renda da Pessoa Física (valores referentes ao ano-calendário de 2015).

Tabela Regressiva

IR incidirá em função do tempo de permanência de cada aporte. Quanto maior o prazo de permanência de cada contribuição no plano, menor a alíquota de IR.

Em caso de morte do participante do plano, os beneficiários pagarão no máximo 25%.

Que tipo de fundo?

É importante também pensar em que tipo de fundo de investimento. As opções mais comuns incluem planos multimercados – fundos que investem em diversas classes de ativos (renda fixa, ações, câmbio etc.).

Podem investir no máximo 49% do valor em renda variável; Previdência Data Alvo,  buscam retorno em uma data-alvo, investindo em diversas classes de ativos e estratégia de rebalanceamento periódico – e que adotam estratégias de redução de riscos – e planos de Renda Fixa.

Investir em renda fixa significa emprestar dinheiro para alguém, seja um banco, empresa ou até mesmo o governo. Em troca, você recebe uma remuneração (juros) e o capital de volta, dentro do um prazo combinado.

Despesas e riscos

A avaliação de risco é importante para pensar o tipo de investimento – planos de maior risco, como investimentos acionários, podem trazer maior rentabilidade, mas também implicam em maior possibilidade do investimento não vingar.

Para quem não dispõe de recursos para múltiplos fundos de investimento, opções menos arriscadas, como renda fixa, são mais indicadas.

Outra coisa a se levar em conta são as despesas administrativas: alguns planos costumam cobrar uma taxa de carregamento, ou seja, uma taxa toda vez que você faz algum aporte ou resgate. Existem muitos planos que chegam a cobrar até 5%.

 

 

“Para você ter uma ideia, se você pagar uma taxa de carregamento de 5%,  supondo que você poupe R$600 por mês e tenha uma rentabilidade de 0,7% ao mês, em 25 anos, o custo da taxa de carregamento representará 4 anos da sua poupança”.

Além disso, fique atento à taxa de administração: recomenda-se não pagar mais de 1.5% ao ano.

Segundo Dalcanali, o investidor pode migrar de plano e de provedor sem custo e sem necessidade de pagamento de impostos. Assim, você pode escolher o melhor plano e o melhor serviço de acordo com sua necessidade.

Esta portabilidade é garantida pela SUSEP (Superintendência de Seguros Privados), o órgão que fiscaliza os planos abertos de previdência privada no Brasil. A SUSEP protege o poupador e incentiva a competição entre os provedores de planos de previdência.

 

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