A história da bananicultura e do município de Corupá caminham paralelas: são 120 anos da produção com base nos registros históricos. Hoje o município é o maior produtor de banana de Santa Catarina, e a quinta cidade maior produtora do Brasil.
A fruta produzida no município é considerada a mais doce do país. A conquista se deve pela trajetória e pela determinação dos produtores locais, e hoje é reconhecida por meio do selo de Indicação Geográfica de Denominação de Origem (IG).
A mesma geografia que torna o cultivo tão dificultoso em alguns pontos, também tornou a fruta uma referência nacional e até internacional em doçura. De acordo com o secretário de Desenvolvimento Rural e Meio Ambiente Cristiano Felipe Hack o potencial do produtor é o que faz a diferença.
“A resposta na produção da banana em Corupá ser tão significante se dá devido à resiliência dos produtores. Num local onde a geografia é extremamente acidentada a persistência e a adaptação da cultura de produção são fundamentais. O saber fazer é outro ponto muito forte”, salienta.
A diretora executiva da Associação de Bananicultores de Corupá (Asbanco), Eliane Müller, explica como a banana produzida em Corupá tem características únicas no mundo.
“Nós temos o extremo de 0ºC até 42ºC. Nosso inverno prejudica a fruta. Além disso, nós plantamos em montanhas e o terreno propício para o cultivo da fruta é o plano. Durante o nosso inverno a planta diminui o metabolismo dela. Automaticamente a fruta fica de três a quatro meses a mais na planta, o que gera maior acúmulo de amido e, consequentemente, maior conversão de açúcares naturais. E assim produzimos a banana mais doce do Brasil.”
Além da banana as plantas ornamentais representam o segundo maior movimento econômico do segmento. Corupá é considerada a capital catarinense das plantas ornamentais e conta com uma produção muito diversificada. O café tem sido muito relevante também nos últimos anos e deve ganhar muito corpo nos próximos.
Valorizar o produtor é essencial para ter bons resultados
A agricultura hoje representa a maior parte da fatia do Produto Interno Bruto (PIB) de Corupá, são 35,6%. O movimento econômico da agricultura dentro do município gira em torno de R$ 200 milhões.
De acordo com o secretário da pasta, políticas de incentivo têm sido criadas num trabalho conjunto com o Conselho Municipal de Desenvolvimento Rural e a Associação dos Bananicultores de Corupá (Asbanco).
“A prefeitura vem investido na cultura dando apoio técnico e financeiro: técnico através dos profissionais da prefeitura e Epagri, e financeiro com incentivos à Asbanco”, pontua Hack.
Segundo ele, nos últimos anos houve aumento dos repasses financeiros para a área da agricultura, principalmente no desenvolvendo da cultura da bananicultura. E além disso, a população tem consciência que a agricultura familiar é algo que só traz benefícios, tanto para as famílias rurais quanto para toda a sociedade.
Momento de superação
Após o ciclone extratropical que atingiu a região, o momento é de superação para os produtores de banana de Corupá. Segundo Eliane, os próximos 12 meses serão difíceis.
“A estimativa é de que perdemos cerca 50% da produção. Mas temos a esperança de que daqui um ano estejamos recuperados dessa tragédia. Esse é o diferencial do produtor, ele tem garra, força e fé, e é por essa paciência e determinação que ele produz a banana mais doce do Brasil”, finaliza.
Números
- 5.500 hectares plantados no município;
- 80% da variedade cavendish, nanica ou caturra e 20% banana prata ou branca;
- 550 famílias produtoras;
- 8 milhões de plantas no município;
- 2 mil empregos diretos;
- 3 mil empregos indiretos.
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