Abraço pela inclusão: Felipe cobra igualdade e aceitação da sociedade

Foto Eduardo Montecino/OCP News

Por: Elissandro Sutil

20/03/2019 - 05:03

Frequentando a Apae (Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais) desde os 6 anos, Felipe Santos, agora com 24 anos, se dedicou fielmente aos programas oferecidos pela instituição para realizar o sonho de ser incluído no mercado de trabalho.

E apesar de atuar profissionalmente, ele ainda frequenta as aulas de educação e trabalho para manter uma rotina de evolução.

Foram anos de preparo e atividades para desenvolvimento emocional, social e de habilidades básicas. Agora, ele faz estágio na Apae trabalhando na secretaria, onde desenvolve funções administrativas e mostra toda a sua dedicação.

Felipe foi escolhido para estagiar na instituição após mostrar pró-atividade e se destacar nas tarefas que desempenhou no programa. Segundo ele, “trabalhar é um sonho realizado”.

Felipe faz parte do grupo de 80 alunos com a Síndrome de Down da Apae e aguarda ansiosamente a “Semana Down um abraço”, que acontece a partir da quinta-feira (21) com o intuito de chamar a atenção para a importância da inclusão dessas pessoas na sociedade.

Foto Eduardo Montecino/OCP News

O jovem define a Apae como um lar, um ambiente onde encontra amor, amizade, pessoas de quem ele realmente gosta e sente uma imensa satisfação em estar ali todos os dias. Esses sentimentos são visíveis em suas expressões quando questionado sobre o que mais gosta no local.

Além de trabalhar diariamente na Apae, Felipe frequenta também as aulas de dança com a professora Adrielly Thaylinny. Segundo o estudante, dançar é uma de suas atividades preferidas e ele demonstra um carinho imenso pela professora.

Desafios para ser aceito

Ao longo dos anos, Felipe teve certa dificuldade quanto à questão da inclusão na escola. Ele frequentava apenas a Apae quando uma lei foi criada para que pessoas com Down começassem a atender o ensino regular.

Foi nesse momento que as dificuldades para se sentir incluso e acompanhar outras crianças se intensificou.

Devido à deficiência intelectual, uma consequência da Síndrome de Down, ele demonstra dificuldades na fala, mas isso não o impede de estudar, trabalhar, ter sonhos e vida social, como todos os jovens.

Foto Eduardo Montecino/OCP News

As saídas com os amigos que estão com ele desde a infância fazem parte da rotina. Timidamente, Felipe também comenta que tem uma namorada e se orgulha ao mostrar a aliança de compromisso em sua mão direita. O jovem também conta que ajuda a família diariamente nas atividades de casa.

Apesar de toda a rede de amparo ao redor, o sentimento não é de inclusão em muitos ambientes. Mesmo com dificuldade para comentar sobre o preconceito que vive diariamente, ele afirma que sente quando as pessoas o olham de forma diferente e que isso acontece com frequência.

Por isso, ele faz um pedido que acredita que todos as pessoas com deficiência também gostariam de fazer: “Quero que as pessoas me amem e aceitem do jeito que sou”.

 

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