25 anos de tristeza profunda: como seria se… Senna tivesse sobrevivido

Foto etv-sports.com

Por: Felipe Elias

01/05/2019 - 01:05 - Atualizada em: 01/10/2019 - 09:13

Domingo, 1º de maio de 1994. Sétima volta do GP de San Marino, na Itália. Ayrton Senna está na liderança da prova. Ele se aproxima da curva Tamburello, perde o controle de sua Williams e bate violentamente contra o muro.

Demora para o início do atendimento médico. Angústia. Tensão. Inquietação. Incredulidade. Horas depois, com a confirmação da notícia que todos temiam, esses sentimentos se fundiram em um só: tristeza profunda.

Há 25 anos, os brasileiros, e amantes de automobilismo em todo o mundo, ficavam órfãos de um de seus maiores ídolos. Desde então, as manhãs de domingo nunca mais foram as mesmas, se tornaram mais silenciosas e insossas.

Nessas duas décadas e meia, o inconformismo com a perda de uma verdadeira lenda do esporte nos faz refletir sobre a nossa fragilidade e, ao mesmo tempo, o quanto algumas figuras são imortais. E, mais do que isso, nos faz pensar recorrentemente sobre o que teria acontecido se Ayrton Senna estivesse vivo até os dias de hoje.

Foto Divulgação

Como seria se… Senna tivesse sobrevivido?

Provavelmente, essa pergunta mexerá com o imaginário de muitos brasileiros ao longo deste feriado do dia 1º de maio. Poucos sabem, mas um blumenauense, que é fã incondicional de automobilismo, decidiu se debruçar nos estudos para oferecer uma possível resposta para o questionamento. Dessa empreitada, nasceu o livro de sua autoria intitulado “Como seria se… Senna tivesse sobrevivido”.

Amante da modalidade desde os seis anos de idade, o engenheiro civil Roberto Reis, 48 anos, que atualmente vive em Jaraguá do Sul, era um dos torcedores que se sentiam inquietos com esse sentimento de saudade. “Passei 16 anos como todo torcedor, pensando como teria sido se ele estivesse vivo, quantos títulos a mais ele conseguiria conquistar”.

Em 2010, assistindo a um programa especial sobre os 50 anos do nascimento de Senna, surgiu a ideia de escrever o livro. O trabalho, que para Roberto mais foi um passatempo, durou quatro anos e acabou recebendo um selo de reconhecimento do Instituto Ayrton Senna, além de contar com o prefácio do comentarista de automobilismo da Globo, Reginaldo Leme, e de ter sido apresentado pessoalmente para o sobrinho Bruno Senna, que também foi piloto na Fórmula 1.

O blumenauense Roberto Reis, autor do livro, mora atualmente em Jaraguá do Sul | Foto Felipe Elias/OCP News Vale Europeu

Ficção baseada em critérios e dados históricos

Por mais que tenha produzido uma ficção, Reis estabeleceu critérios e baseou-se em dados históricos do ídolo brasileiro e dos pilotos que fizeram sucesso nos anos subsequentes a sua morte, para fazer comparativos justos e simular resultados que não fugissem de uma realidade possível.

“A única forma que encontrei foi justamente estabelecer esses critérios e dados, o que já me limitou de criar uma história da forma como que quisesse, de forçar uma realidade. Eu não fiz nenhuma corrida com ele ganhando quatro posições na primeira volta, ou ganhando uma prova apenas com a sexta marcha, ou com catorze milésimos de vantagem para o segundo colocado. Nas projeções que poderiam ser otimistas, pessimistas ou mais prováveis, eu puxei do mais provável para a pessimista”, explica.

No livro, Senna fica afastado da Fórmula 1 pelo restante da temporada de 1994, para se recuperar da batida sofrida em Ímola. Ele retorna para as pistas no ano seguinte e segue competindo até 2004, quando se aposenta aos 44 anos de idade, 20 deles dedicados à categoria.

Nesse período, de acordo com a simulação produzida por Roberto, o piloto brasileiro teria dirigido carros da Williams, da Ferrari e de uma escuderia brasileira em que ele mesmo seria o proprietário. “O livro não tem a pretensão de fazer com que os leitores concordem com o resultado. É uma alternativa contra inúmeras que poderiam ter acontecido”.

Em 2013, Roberto visitou a estátua de Senna, que está instalada perto da curva Tamburello, em Ímola, na Itália | Arquivo Pessoal

Agora, você deve estar se perguntando “e a quantidade de títulos que ele teria somado ao tricampeonato?” Para acabar com essa curiosidade e diminuir um pouco a saudade deste ícone do esporte, não deixe de ler o livro! Apenas uma dica: nas simulações de Roberto, Senna seria atualmente o maior campeão da história da Fórmula 1!

Ficha técnica

Título: Como seria se… Senna tivesse sobrevivido
Autor: Roberto Reis
Edição: Design Editora
Revisão: Beatriz Sasse e Patricia Paula de Moraes
Projeto Gráfico e Diagramação: Ícone Comunicação Gráfica
Prefácio: Reginaldo Leme
Ano: 2014
Idioma: Português
Páginas: 215
Como comprar: clique aqui

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