A promessa de um investimento milionário da Shein, em parceria com a Coteminas, não vai sair do papel, segundo informações do Estadão e do Valor Econômico.
O investimento, estimado em R$ 750 milhões, prometia criar um complexo fabril para atender a aproximadamente 85% da demanda nacional pelos produtos vendidos pela chinesa e criar milhares de empregos.
O projeto chegou a ser alardeado pelo governo federal no ano passado; a estimativa era de 100 mil empregos diretos.
No entanto, esbarrou em um velho problema, o elevado custo-Brasil, indicador da dificuldade de produzir e vender em território nacional – e que representa uma parte expressiva dos gastos no país. Um cálculo do próprio governo, feito pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic) no ano passado, indica que esse custo adicional chega a R$ 1,7 trilhão, o que equivale a quase 20% do Produto Interno Bruto.
O valor se refere ao quanto é gasto a mais pelos empreendedores no Brasil em comparação à média dos países da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).
As fabricantes têxteis locais, que seria as primeiras parceiras do projeto, afirmam que as conversas não evoluíram a partir de setembro e outubro do ano passado – quando o acordo foi alardeado pelo governo; sem elas, a produção local se tornaria inviável. O cenário foi agravado pela crise econômica da Coteminas, atualmente em recuperação judicial.