SC já recebeu mais de 66 mil comprimidos de remédio que reduz hospitalização por Covid-19

Por: Isabelle Stringari Ribeiro

30/03/2024 - 17:03 - Atualizada em: 30/03/2024 - 17:30

Entre outubro de 2022 e fevereiro de 2024, Santa Catarina recebeu um total de 66.850 comprimidos do Paxlovid, um medicamento utilizado no tratamento da Covid-19 para evitar hospitalizações, conforme dados obtidos através da Lei de Acesso à Informação pelo portal Fiquem Sabendo.

O Ministério da Saúde afirma que, se administrado no momento correto, o Paxlovid pode reduzir em até 90% a chance de agravamento da doença.Atualmente, de acordo com a Secretaria de Estado da Saúde (SES), entre janeiro e março deste ano, foram distribuídos 234 tratamentos aos municípios catarinenses, sendo que 157 estão em uso.

Diferentemente de outros estados, não há cartelas encalhadas em Santa Catarina. A nível nacional, dos 3,2 milhões de medicamentos adquiridos desde março de 2022, 2,7 milhões foram distribuídos até janeiro deste ano, com 472 mil ainda estocados.

O Paxlovid, fabricado pela Pfizer e aprovado pela Anvisa, é recomendado para pessoas consideradas de risco com casos leves ou moderados da Covid-19 e deve ser administrado dentro de cinco dias após o início dos primeiros sintomas, reduzindo significativamente a chance de hospitalização nesses casos.

Apesar de ter saído dos holofotes, o coronavírus continua causando mais mortes do que a dengue no Brasil, de acordo com o jornal O Globo. Em 2024, foram registradas 2.066 mortes pela Covid-19, em comparação com 656 causadas pela dengue. Em Santa Catarina, a situação é semelhante, com 75 mortes causadas pelo coronavírus neste ano, em comparação com 40 vítimas fatais da dengue.

A baixa procura pelo Paxlovid pode ser justificada pela desinformação sobre o medicamento, tanto por parte da população quanto por profissionais da saúde, segundo destaca Sabrina Sabino. Ela compara com a influenza, em que as pessoas têm conhecimento sobre medicamentos disponíveis e sabem onde buscá-los.

Por outro lado, a Covid-19 é uma doença relativamente nova, e houve uma grande quantidade de informações, incluindo algumas falsas, circulando sobre o tema. Sabrina acredita que essa falta de informação contribui para a situação, juntamente com as dificuldades no processo de obtenção do medicamento, que antes exigia um longo formulário para liberação, tornando o atendimento moroso. Ela também menciona o alto custo da medicação, que pode chegar a R$ 2,7 mil no mercado privado, levando os profissionais a restringi-la a pacientes com maior risco de complicações.

Quanto ao Paxlovid, teve seu uso emergencial aprovado no Brasil em 30 de março de 2022. Embora já estivesse disponível nos Estados Unidos desde dezembro de 2021, no Brasil, só chegou às prateleiras em novembro do ano seguinte, inicialmente disponível apenas no mercado privado. Em Santa Catarina, foi disponibilizado na rede pública em outubro de 2022, após meses de atraso na distribuição pelo SUS.

 

 

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Isabelle Stringari Ribeiro

Jornalista de entretenimento e cotidiano, formada pela Universidade Regional de Blumenau (FURB).