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Sou contra – Luiz Carlos Prates

Por: Luiz Carlos Prates

13/06/2023 - 06:06

Fui para o banho, e antes de ver se a toalha estava por perto, liguei o rádio, pode faltar água, rádio não me pode faltar. Liguei o “bichinho” a todo volume, o barulho da água me dificulta ouvir o que o pessoal está dizendo. – Ah, e o rádio ligado é sempre rádio voz, não rádio música. Quero ouvir as notícias, ficar atualizado até debaixo d’água. Chuveiro ligado, ponho o pé debaixo d’água e tive que voltar rápido para ouvir uma notícia. Uma emissora de rede nacional falava de uma novidade que entrou na pauta de algumas empresas, um fato já adotado em muitos lugares da Europa. O que mesmo? Semana de quatro dias. Isso mesmo, a tontice de o mercado adotar a semana de quatro dias. E um comentarista dizia que essa semana de quatro dias pode reduzir o estresse no trabalho, os casos de burnout, sobrando mais tempo para os maridos ajudar em casa, mais tempo para isso, para aquilo… Espere! Não sou dono de loja, não sou empresário, mas a pergunta que me vem à cabeça é – As lojas, os supermercados, os postos de gasolina, tudo mesmo, vão funcionar em semana de quatro dias? E fico pensando sobre o quadro de profissionais, vai ser necessário duas vezes mais pessoas nas empresas, afinal, semana de quatro dias vai exigir o dobro de pessoal. Os empresários vão pagar de seus bolsos por essa barbaridade de semana de quatro dias? A coisa é tão estúpida que fico pensando como é que alguém ainda diz, pensa e propõe tal barbaridade. Além disso, digo sempre que burnout, esse alegado esgotamento psicofísico que os molengas jogam sobre os ombros do trabalho, não é culpa do trabalho nem da empresa onde o frouxo trabalha. É culpa do “esgotado”, pessoa que não gosta do que faz e faz só pelo salário. E quanto custaria para as empresas uma semana de quatro dias? Eu queria ver a cara do hipócrita que está trazendo para o Brasil essa vadiagem caríssima de semana de quatro dias. Sei que muitos vão me mandar para os quintos… dizendo o que digo. Paciência. Trabalhos “remotos”, trabalhos caseiros, online, e semana de quatro dias, bah, nem Adão e Eva no paraíso viveram essa folga. Duvido que os idealizadores dessa estupidez sejam empresários, duvido.

SEMANA

Falei da possível semana de quatro dias no trabalho? Então, vamos lá. Não é o trabalho que nos estressa, é a nossa reação pessoal que nos estressa, que nos produz burnout. Ademais, muitos dias de folga nos aproximam do inferno. E esperar que os maridos vão ajudar mais em casa com semana de quatro dias é muita ingenuidade. Os proponentes dessa ideia não são empresários e visivelmente querem cumprimentar com o chapéu alheio…

MODOS

Se a “princesa” quiser surpreender o seu “príncipe”, ou o contrário, não é difícil, basta mudar o modo de falar. Vai haver olhos arregalados do outro lado. É limpar a boca ao falar, evitar palavras chulas, palavrões, falar mais devagar, não falar mal da vida alheia, ter um tom assertivo e, claro, ter conteúdo, ler, ler de tudo um pouco e deixar de lado as vulgaridades das redes sociais. Essa postura intriga e faz o outro ligar o sinal de alerta: aí tem…!

FALTA DIZER

Ah, já ia esquecendo de falar desta manchete, publicada no site Metrópoles, antes do dia dos namorados: – “Dia dos Namorados: Vigilância Sanitária faz blitz em motéis e hotéis”. E “namorados” vão a motéis? Isso sem falar nas promoções que muitos motéis fizeram por todo o Brasil. Que namorados imundos!

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Luiz Carlos Prates

Jornalista e psicólogo, palestrante há mais de 30 anos. Opina sobre assuntos polêmicos.