Durante uma live para um blog petista sobre o conflito entre Israel e Hamas, o mensaleiro José Genoino, ex-presidente nacional do PT, fez uma fala de dar orgulho ao líder nazista Adolf Hitler e seu ministro de Propaganda, Joseph Goebbels. Disse Genoino: “Essa ideia da rejeição, essa ideia do boicote por motivos políticos, que fere o interesse econômico, é uma forma interessante. Inclusive ter esse boicote a determinadas empresas de judeus.”
O que Genoino fez, nada mais, nada menos, foi defender a primeira medida tomada pelo Terceiro Reich no fim da década de 1930, e que culminaria no Holocausto de mais de 6 milhões de judeus: o boicote de empresas e comércios de donos judeus. Ou seja: Genoino pede que as pessoas deixem de comprar e de fazer negócios com empresas de pessoas de uma comunidade étnico-racial inteira, simplesmente por discordar das ações do Estado de Israel que acontecem no distante Oriente Médio. Isso tem nome: racismo e antissemitismo.
O STF já decidiu, em 2003, que antissemitismo é uma forma de racismo, que pode e deve ser punida nos termos da lei, no histórico e emblemático caso Ellwanger. Siegfried Ellwanger era um notório neonazista que editava livros antissemitas, os quais negavam o Holocausto e a história e identidade do povo judeu. Ele foi condenado por racismo em todas as instâncias.
Ao chegar ao STF, Ellwanger alegou que não poderia ser condenado porque os judeus não seriam um “raça”. O STF concluiu que de fato só existe uma raça, a humana, porém isso não apaga a existência do racismo, que é justamente a prática de atribuir características negativas a pessoas de grupos étnicos específicos, negar seus direitos e discriminá-las.
Genoino comete claramente uma prática discriminatória ao pedir o boicote de empresas de judeus. Ele busca a asfixia econômica de um povo, solicita para as pessoas que atuem contra todo um grupo determinado com características étnico-raciais e religiosas próprias.
Julgar e condenar pessoas coletivamente, sem individualizar o que cada uma fez, é uma das formas mais clássicas de se cometer racismo, e é, aliás, exatamente o que o nazismo fez ao levar milhões de judeus às câmaras de gás, aos fornos e às valas onde eram fuzilados homens, mulheres e crianças sem qualquer distinção.
É imperativo que o Ministério Público e a Justiça, tão rápidos em condenar piadas e humoristas, movimentem-se rápidamente para buscar alguma forma de punição contra Genoino, que fez um discurso de ódio, discriminatório, racista e antissemita contra a comunidade judaica.
Caso não haja uma resposta firme e rápida das autoridades, é possível que em pouco tempo se passe a defender os próximos passos do regime nazista: pintar estrelas de Davi amarelas nas casas e comércios de judeus para que possam ser destruídos e depredados. Isso soa alarmista? A ideia do boicote econômico a judeus e a defesa de atos terroristas do Hamas pareciam algo impossível há pouco tempo.
A Justiça fará algo ou permitiremos que parte da esquerda, debaixo da orientação de líderes de projeção nacional, cultive a mesma ideologia que resultou no Holocausto?