Formando criminosos

Por: William Fritzke

01/08/2016 - 13:08 - Atualizada em: 01/08/2016 - 13:37

Não é de hoje que eu digo que Joinville virou, infelizmente, a capital do arrombamento de caixa eletrônico. Uma espécie de curso superior que dá ao aprovado no vestibular a chance de aprender as mais rápidas técnicas de arrombamento e furto de dinheiro. De cada 10 presos no Brasil por arrombamento, pelo menos oito dizem que vieram de Joinville. É sabido que a polícia está investigando e já desmantelou diversas quadrilhas especializadas do gênero, agora, a prisão dessa semana foi uma das que mais me chamou atenção. Uma equipe da Polícia Federal de Joinville, em apoio ao Gaeco e Ministério Público do Rio de Janeiro, desarticulou uma quadrilha especializada em arrombamentos de caixas eletrônicos que usava a experiência dos caixeiros joinvilenses e de autoridade de policiais militares do Rio de Janeiro. Sim, você não leu errado, os caras estavam treinando dois policiais do Rio de Janeiro que iriam comandar os arrombamentos naquela localidade. Segundo a investigação, dois grupos criminosos chefiados por policiais militares do Estado do Rio de Janeiro atuavam no furto de caixas eletrônicos, com a utilização de maçaricos, serras e furadeiras especiais. Material que é usado frequentemente por caixeiros de Joinville. É importante ressaltar que alguns dos integrantes das quadrilhas investigadas já haviam sido presos em flagrante enquanto praticavam os delitos. Primeiro vamos nos perguntar: então por que raios que já estavam soltos? Eu lhes respondo: por essa constituição do tempo do epa! De acordo com o MP, o bando era liderado pelo policial Aldecir Ladeira Serafim, conhecido como Bruno ou Papel, que recrutava os caixeiros em Santa Catarina e colegas da PM do Rio para ajudar na segurança do grupo. Ou seja, para evitar que a própria PM os flagrasse arrombando os caixas eletrônicos. Assim, a quadrilha acompanhava em tempo real o deslocamento das viaturas da Polícia Militar por meio do rádio e alertava os arrombadores. Aí eu te pergunto, aonde vamos parar?

Atenção no ar!
O uso de helicópteros ou de aeronaves em qualquer operação policial ou de resgate, auxilia muito as equipes que em terra, tentam fazer o possível para correr contra o tempo, ou enxergar o alvo. Em nossa região temos o exemplar trabalho do Helicóptero Águia da Polícia Militar de Joinville como referência. Somente nessa semana, em um dia, foram pelo menos três vidas salvas graças a agilidade desse meio de transporte. E por isso, quero aqui alertar que as autoridades, de forma alguma, podem deixar tais serviços essenciais morrerem ou sofrerem cortes. Ressalto que nos últimos tempos, tivemos diversas baixas “no ar” o que gera em mim, no mínimo, preocupação. Helicóptero dos bombeiros do Rio de Janeiro que caiu no mar, da Polícia Civil que foi atingido e despencou, em Curitiba o Arcanjo dos Bombeiros Militares que caiu durante uma decolagem, essa semana dois caças que se chocaram em um treinamento no Rio de Janeiro e ontem, o helicóptero da Polícia Federal que caiu também no Rio de Janeiro após um pouso de emergência. Manutenção, investimento nos pilotos e treinamento são requisitos essenciais para que tenhamos tais serviços sempre disponíveis. É isso!