Se você já precisou tomar alguma decisão difícil, é muito provável que já tenha se deparado com o custo de oportunidade, conhecido também como trade-off, que é o quanto custa para você escolher uma coisa em detrimento de outra.
É muito comum ouvir falar sobre este conceito, que pode ser aplicado desde a compra de algum bem até a decisão de realizar uma aplicação financeira. Ele está diretamente relacionado ao processo de escolha desses itens, se baseando na qualidade, ou seja, no que poderia ter sido ganho, e não foi, quando uma escolha foi feita.
Nos investimentos, essa análise tem um peso muito importante. Por exemplo, podemos comparar ativos iguais com o mesmo risco, porém com remunerações diferentes. Nesse caso, a escolha daquele com a rentabilidade maior faz sentido para essa situação.
No cenário atual, em que a Taxa Selic já superou os 11% ao ano, você consegue essa rentabilidade em investimentos de renda fixa, vinculados ao Tesouro Direto, como o Tesouro Selic. O que isso significa? Que o custo de oportunidade em renda variável, como a compra e venda de ações, aumentou.
Será que vale a pena se expor à renda variável e todos os riscos que este mercado traz para obter uma rentabilidade de, por exemplo, 12% ao ano? Esse é um questionamento que você deve fazer. Assim, você consegue ter uma ideia da importância do conceito de custo de oportunidade nos investimentos.
Outro exemplo que pode ser levado em consideração é aquela ação que vem se desvalorizando por divergências em seus fundamentos – como risco de falência da organização. Ainda assim, há investidores que compram com frequência o papel na baixa, com expectativa de alta para realizar a venda e obter lucro. Neste caso, o que não é considerado é o custo da oportunidade de investir em outras ações mais promissoras, de empresas com fundamentos mais sólidos.
Sempre que houver uma escolha, desde que o custo de oportunidade não seja zero (ou seja, quando não há diferença entre as escolhas), você terá o privilégio de ir pelo melhor caminho. Saber aplicar essa análise é uma das lições mais valiosas que um investidor pode fazer.
Felizmente, ninguém precisa fazer esse percurso sozinho. Hoje, quem investe no Brasil conta com inúmeros especialistas de investimentos e planejadores financeiros dispostos a orientar quem busca aplicar o seu patrimônio de forma inteligente.
Ao buscar um profissional como esse, priorize sempre aqueles vinculados a instituições sem conflitos de interesses. Dessa forma, são os seus objetivos que serão priorizados, não os de uma instituição que busca comissões em detrimento do seu crescimento. Viu como até mesmo na hora de fazer este tipo de escolha o custo de oportunidade é essencial?
Priscila Zat, analista de investimentos da Warren. E-mail priscila.zat@warren.com.br
