“Experiência vivida e dividida – Parte 4”

Foto Cande Blanco

Por: OCP News Jaraguá do Sul

15/10/2018 - 16:10 - Atualizada em: 17/10/2018 - 09:18

Quando:  3 a 11 de agosto de 2018.

Onde: País – Peru / Província de Loreto / Cidade – Iquitos / Bairro – Belén / Selva Amazônica.

Depois de ter contado um pouco do lugar onde fiquei este tempo agora continuo a falar das experiencias.

A musica é um grande facilitador da comunicação e da junção das pessoas, em importar o idioma, a musica traz celebração e era um dos canais que facilitava muito a interação, mesmo que tosca, mais barulhenta do que ritmada, mas ela atraia e trazia as pessoas ao encontro dos palhaços e todos se divertiam muito até mesmo pela falta da musicalidade.

Outro local mágico foi a visita ao asilo São Francisco de Assis, também na região de Belén mas no alto onde não inunda, um asilo até que bem construído, com belas áreas verdes e muito bem cuidado, até onde conseguimos observar.

Os atendentes que nos acompanharam muito solícitos e animados, os moradores, bem, aí como em qualquer outro asilo no mundo, tem suas histórias nem sempre as mais felizes, abandono da família ou do estado, mas principalmente a solidão indesejada é o que marca a grande maioria.

La também a música trouxe conexão, mas o toque, o olhar sincero e o ouvir verdadeiro fizeram toda a diferença no atendimento, sentar e ouvir muito mais do que falar, tentar entender e quando falava tentar falar de forma mais branda e amorosa possível, pois ali reinava uma vontade de ser acatado e não contestado.

As brincadeiras surgiam no meio da conversa, desde as mais faladeiras (mulheres) aos mais recatados (homens), todos tinham o que contar e muito para dividir. Delícia que não vimos o tempo passar, foi-se a tarde toda e ficaram as fotos e as histórias guardadas para sempre com certeza.

A visita ao centro de saúde, que funcionava como um mini hospital dentro do bairro de Belén baixa, na parte inundável,  ficou a impressão de estar em um hospital ou posto de saúde do Brasil, tudo igual, salvo ele estar a 3 metros do chão, o restante, a falta de funcionários, a fila de espera,  simplicidade, um pouco da falta de cuidado, eram nítidos e deixavam claros a fraqueza ou a falta de preocupação do estado com o principal de nossa vida, a saúde.

Não que as coisas não aconteçam, sim acontecem, mas daquela forma que já conhecemos, demorado, sem prazos e com pouca importância. Triste ver lá também esta realidade, não que eu esperasse grande diferença com tudo o que já havia visto do lado de fora.

Certamente esqueci algum detalhe, pois foram 11 dias de muitas atividades, muitas emoções, muita interatividade e por mais que eu procurasse anotar o dia-a-dia, muito me escapou e ficou na lembrança e muito em a cabeça conforme conto ou falo de minha experiencia.

O aprendizado, a sensibilidade aflorada, o amor transpassado pelo olhar, o toque sensível e necessário, a energia irradiada, o aprender fazendo, o se abrir para o aprendizado natural e essencial, a troca necessária, são o que ficam para ser transmitido a partir de agora de diversas formas, por onde eu andar.

Sei que não sou igual depois desta viagem, e quem sabe virão outras onde poderei transformar e ser novamente impactado e transformado, pois somos um livro em construção e nunca estaremos prontos, portanto vou continuar escrevendo a minha história.