“Traições online”

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Por: Raphael Rocha Lopes

11/04/2019 - 09:04

“A pior coisa do mundo/ É amar
sendo enganado/ Quem despreza um
grande amor/ Não merece ser feliz,
nem tampouco ser amado” (Eu não
sou cachorro não, Waldick Soriano).

Velhos problemas, novos meios. A traição sempre permeou a história da humanidade. Traições políticas, comerciais, de amizade, amorosas. Traição não tem idade, sexo, cor, religião ou situação social.

A literatura também traz casos icônicos e o mais conhecido deles no Brasil, talvez, é aquele magistralmente narrado por Machado de Assis na necessária obra Dom Casmurro. O talvez se dá mais pela dúvida sobre a traição em si do que pela indiscutível importância do romance.

Bentinho foi traído ou não por Capitu, eis a questão! Hoje, porém, a tentação da traição está na palma das mãos, literalmente. Com o avanço da tecnologia, os smartphones e a internet proporcionam facilidades em todos os campos, inclusive no dos relacionamentos. Esse não é um texto de juízo de valores, que fique claro.

Cada pessoa e cada casal têm seus parâmetros de relacionamento, e fidelidade e lealdade não precisam necessariamente andar de mãos juntas. Para algumas pessoas, inclusive, lealdade é mais importante do que fidelidade. Mas essa é uma outra história.

A tecnologia traz, também, questões e reflexões interessantes. Participar de um chat com conversas libidinosas pode ser considerado traição? E ter uma conta no Tinder (aplicativo de encontros)? E
visitar um site pornográfico? E receber vídeos eróticos dos amigos ou amigas 
no grupo de WhatsApp?

As respostas, óbvio, vão variar de pessoa para pessoa ou de casal para casal. Algumas situações são curiosas. No Peru, um cidadão descobriu a traição da mulher ao procurar um trajeto no Google Street View (recurso que disponibiliza vistas panorâmicas e permite visualizar endereços ou trajetos).

Ela estava sentada num banco de praça fazendo carinho no seu amante deitado nas suas pernas. Resultado: divórcio.

Recentemente, na Inglaterra, um rapaz foi condenado por chantagear visitantes de sites pornográficos. Ele ameaçava denunciar os frequentadores caso não recebesse um pagamento em
dinheiro. Calcula-se que mais de 8 mil pessoas pagaram. E já há casos de divórcios provocados por traições (em sentido amplo) na internet.

O fato é que se está em um verdadeiro Big Brother e que muitas vezes as pessoas esquecem dos relacionamentos verdadeiros e da importância do olho no olho e da cumplicidade. Se continuar nesse ritmo, vai ter muita gente, como dizia Waldick Soriano, não merecendo a felicidade.