“O futuro do seu negócio”

Por: Raphael Rocha Lopes

04/04/2019 - 09:04 - Atualizada em: 06/06/2019 - 09:51

Quanta gente/ Quanta alegria/
A minha felicidade/ É um crediário/
Nas Casas Bahia”
(Chopis centis, Mamonas Assassinas).

Muita coisa mudou desde o sucesso meteórico dos irreverentes Mamonas Assassinas. Se naquele tempo a alegria era ter um crediário em lojas de departamentos, hoje não é mais bem assim.

Sobre tais mudanças há um raciocínio de que não foi o Uber que derrubou os táxis, não foi o AirBnB que surpreendeu os hotéis e nem o Netflix que acabou com as videolocadoras. Foram as próprias empresas tradicionais que não perceberam a movimentação da tecnologia e a adaptação dos seus clientes às novas realidades.

O fato é que o futuro já chegou há algum tempo. As mudanças de hábitos dos consumidores são evidentes. As vendas na Black Friday crescem a cada ano, especialmente pela internet. Na China, no dia 11/11 se comemora o Dia dos Solteiros, e já é a data mais esperada pelo comércio, dizimando a Black Friday.

Só a Alibaba vendeu mais de US$ 30 bi em 24 horas ano passado! Aplicativos de vendas já fazem parte do dia a dia de muitos brasileiros, e os mais incautos pedem a Lu (vendedora virtual da Magazine Luiza) em namoro. Até Tinder ela tem.

Entretanto, para cair de cabeça na tecnologia espera-se que o empresário esteja consciente de suas decisões, independentemente do seu tamanho. Situações curiosas podem surgir pela falta do devido preparo.

Outro dia, um colega comentou que foi buscar um lanche que havia pedido antecipadamente via WhatsApp. Chegando no estabelecimento, o proprietário estava soltando todos os impropérios porque os pedidos estavam bastante atrasados.

Motivo: aceitaram mais do que a cozinha dava conta.

Não foi o primeiro e nem será o último. Hoje plataformas de redes sociais podem ser tanto aliadas quanto algozes das empresas, em especial dos médios empreendimentos. Uma resposta atravessada por um colaborador mal preparado pode ser o início do fim.

Há inúmeros exemplos de situações conturbadas dessa natureza. A preocupação na análise entre a
necessidade do cliente e a possibilidade do empreendimento cresce de acordo com o tamanho da empresa.

Não basta ter a tecnologia a seu favor; é necessário que a equipe esteja preparada para lidar com ela e com o novo consumidor, que é diferente daquele de uma década atrás. Essa preparação é o que se chama de compliance digital, e dependendo da abrangência do trabalho envolve diversos setores da empresa.

Em suma, hoje parece que a grande alegria do cliente é poder resolver sua vida pelo celular.