“Ineficiência custa ao país US$ 68 bilhões ao ano”

Foto Ilustrativa/Pexels

Por: Pedro Leal

08/05/2019 - 05:05

Os gastos públicos ineficientes no Brasil geram prejuízos de US$ 68 bilhões por ano ou 3,9% de tudo o que o país produz, o Produto Interno Bruto (PIB). É o que conclui estudo do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). A publicação faz parte da série de estudos denominada Desenvolvimento nas Américas. Para dimensionar, este valor é quase dez vezes o do orçamento do Estado de Santa Catarina, de R$ 28,2 bilhões, ou US$ 7,08 bilhões.

Segundo o organismo, há ineficiências na alocação de recursos públicos e na forma de execução de programas e projetos, como compras governamentais, na gestão do funcionalismo público e nas transferências de recursos.

Ou seja, nenhuma grande novidade aí – que a gestão dos recursos públicos no país, particularmente a nível federal, seja desastrosa, é um fato consumado. Obras levam verdadeiras eras para serem concluídas, recursos desaparecem em labirintos kafkianos de burocracia e responsabilidades são mais nebulosas do que a Londres vitoriana.

O que é de interesse neste estudo é termos um número para o que se perde nesse vai e vem em que ninguém demonstra saber quem é responsável pelo quê, quantas ordens de serviço faltam, a quantas anda a licitação, que departamento tem autoridade… e isso sem entrar no velho dilema da corrupção.

E enquanto a maneira de lidar com os rombos no orçamento tem sido “corte de gastos”, o BID sugere outra solução – melhorar a gestão de investimento público, com prioridade a projetos de maior impacto fiscal e que garantam o crescimento do país. Mas ei: mais fácil “resolver” o problema na base do corte do que fazer o trabalho direito, não?

E não, não é crítica a essa gestão: o velho “tem que cortar gastos” ao invés de sanar o labirinto burocrático e ver onde estão os vazamentos é um problema histórico. Resolver o problema dá trabalho – e é um trabalho que nenhum governo quer fazer. Ou talvez não saibam quem pode fazer.

Indicadores de mercado do trabalho recuam

Os dois indicadores do mercado de trabalho da Fundação Getúlio Vargas (FGV) apresentaram piora na passagem de março para abril deste ano. O Indicador Antecedente de Emprego (Iaemp), que busca antecipar as tendências do mercado de trabalho para os próximos meses, com base na opinião de consumidores e de empresários da indústria e de serviços, recuou 1 ponto no período.

Com essa, que foi a terceira queda consecutiva, o indicador passou para 92,5 pontos, em uma escala de zero a 200, o menor nível desde outubro do ano passado. Em três meses, o Iaemp acumula perda de 8,6 pontos.

Endividamento atinge 62,7% das famílias

O percentual de famílias brasileiras com dívidas, em atraso ou não, chegou a 62,7% do total, em abril deste ano. O dado, divulgado nesta terça-feira (7) pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), é superior aos registrados em março deste ano (62,4%) e em abril de 2018 (60,2%).

 

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