“Impactos de guerra na Ucrânia devem aumentar, diz presidente da Acijs”

Por: Pedro Leal

03/03/2022 - 06:03 - Atualizada em: 03/03/2022 - 08:21

A invasão da Ucrânia por tropas russas pode produzir impactos econômicos a mais de 10 mil quilômetros de distância. O Brasil pode sentir os efeitos do conflito por meio de pelo menos três canais: combustíveis, alimentos e câmbio. A instabilidade no Leste europeu pode não apenas impactar a inflação como pode resultar em aumentos adicionais nos juros, comprometendo o crescimento econômico para este ano ao reduzir o espaço para a melhoria dos preços e do consumo.

Segundo a pesquisa Sondagem da América Latina, divulgada na semana passada pela Fundação Getulio Vargas (FGV), as turbulências na Ucrânia devem agravar as incertezas que pairam sobre a economia global nos últimos meses.

Luis Hufenüssler Leigue, presidente da Acijs e do Centro Empresarial de Jaraguá do Sul, que deixa o cargo dia 17, aponta que é natural que o conflito entre Rússia e Ucrânia traga reverberações na economia quanto aos seus efeitos, como em qualquer evento geopolítico de escala mundial – e que esses reflexos devem crescer.

“Num primeiro momento há uma especulação quanto aos impactos que um confronto como esse pode causar nos mercados, e consequentemente um temor em relação ao comportamento de bolsas, nas transações de mercado e os efeitos no câmbio e na economia, o que gera incertezas que são ampliadas com o anúncio de sanções que acabam refletindo no mercado global”, explica.

Ele adiciona que essa situação nos afeta em questões como o agronegócio, setor onde o Brasil faz negócios com a Rússia. “De outro lado há os reflexos em países europeus que podem passar a ter dificuldades no fornecimento de energia, abastecimento de gás, na logística que envolve espaços aéreos limitados, e outras questões às quais ainda estamos vendo os impactos e o que eles podem causar na medida em que essas sanções e medidas mais extremas forem tomadas”.

Mulheres

Cerca de 2,4 bilhões de mulheres em todo o mundo têm menos oportunidades e direitos econômicos que os homens. Embora progressos tenham sido feitos, a diferença entre os ganhos esperados ao longo da vida de homens e mulheres globalmente é de US$ 172 trilhões de dólares, quase duas vezes o PIB anual do mundo. Os dados são do relatório Mulheres, Empresas e o Direito 2022 do Banco Mundial. De acordo com levantamento, 178 países mantêm barreiras legais que impedem a plena participação econômica das mulheres.

Falando na Rússia

O congelamento de parte das reservas internacionais da Rússia acrescentou uma nova camada na guerra entre o país e a Ucrânia. Um conflito militar e político ganhou dimensões financeiras, ao criar os maiores obstáculos para o governo, os bancos e as empresas russas movimentarem recursos desde o fim da União Soviética, em 1991. Segundo o jornal Financial Times, cerca de US$ 300 bilhões dos US$ 630 bilhões de reservas internacionais mantidas pela Rússia foram bloqueadas da noite para o dia.

Pleno emprego

Após a terceira queda consecutiva, Santa Catarina encerrou o quarto trimestre de 2021 com a menor taxa de desocupação do país, de 4,3%. A retração foi de 1,0 ponto percentual frente ao terceiro trimestre, quando o índice havia ficado em 5,3%.

No Brasil, a taxa de desocupação do país no quarto trimestre de 2021 foi de 11,1%, caindo 1,5 ponto percentual em relação ao trimestre de julho a setembro de 2021 (12,6%) e 3,1 p. p. frente ao mesmo trimestre de 2020 (14,2%).

Petróleo

Na tarde de terça-feira (1), o preço do barril de petróleo tipo Brent estava sendo negociado a US$ 104,51 (R$ 539,2). A disparada nos preços se dá pelo papel da Rússia no mercado mundial da commodity. O país eslavo é um dos principais produtores de petróleo e gás natural do mundo. Na quarta-feira já chegava a US$ 110 (R$ 567,6).

Petróleo [2]

Quando o preço do barril de petróleo atingiu os US$ 147,50 (R$ 234,67 na cotação da época) em 2008, pouco antes da eclosão da crise econômica mundial, o preço da gasolina comum nos postos de combustível chegou a R$ 2,50 – equivalente hoje a R$ 4,35 – no Brasil, em um cenário com o real mais forte: em julho de 2008, o dólar estava cotado a R$ 1,591, contra atuais R$ 5,16.