“Banco Central anuncia linha temporária de liquidez”

Foto Arquivo OCP News

Por: Pedro Leal

03/04/2020 - 05:04

Na noite dessa quarta-feira (1º), em reunião extraordinária, o Conselho Monetário Nacional (CMN) autorizou o Banco Central (BC) a conceder empréstimos aos bancos tendo como garantia as carteiras de crédito dessas instituições.

As operações terão prazo de, no mínimo, 30 dias e, no máximo, 359 dias corridos. A previsão é de que sejam liberados R$ 650 bilhões.

Segundo o BC, a Linha Temporária Especial de Liquidez (LTEL) tem o objetivo de oferecer a liquidez (recursos disponíveis) “necessária para que o Sistema Financeiro Nacional possa se manter estável frente ao aumento da demanda observada no mercado de crédito, fruto dos reflexos da propagação da Covid-19”.

O BC informou em nota, divulgada nesta quinta-feira (2), que a adoção dessas linhas especiais de liquidez pelos principais bancos centrais no mundo tem sido instrumento “amplamente utilizado” como uma das respostas à crise.

A medida deve ajudar a garantir que os bancos consigam ofertar mais crédito ao mercado, em um momento em que empresas e consumidores se vem precisando de recursos emergenciais ante à crise causada pela pandemia do coronavírus.

De acordo com o BC, serão aceitos créditos com níveis baixo de risco, avaliados como AA, A e B, mediante exigência de garantia em valor superior ao do empréstimo, de forma proporcional ao risco das operações de crédito ofertadas em garantia.

Seguro-desemprego

O empregador poderá acordar, por meio de negociações individuais ou coletivas, a suspensão do contrato de trabalho com os empregados por até 60 dias, com direito a receber seguro-desemprego.

A medida foi divulgada nesta quarta-feira (1º) pelo secretário especial de Previdência e Trabalho do Ministério da Economia, Bruno Bianco, como forma de diminuir efeitos econômicos da pandemia do novo coronavírus.

Arrecadação

A arrecadação das receitas federais, que chegou a registrar recorde em janeiro, apresentou queda em fevereiro, totalizando R$ 116,430 bilhões, com queda real (descontada a inflação) de 2,71%, na comparação com o mesmo mês de 2019.

Esse foi o menor resultado para o mês desde 2018, quando chegou a R$ 113,586 bilhões, em valores corrigidos pela inflação.

As receitas administradas pela Receita Federal, como impostos e contribuições federais, chegaram a R$ 112,141 bilhões, resultando em queda real de 4,55%.

Já as receitas administradas por outros órgãos, principalmente royalties do petróleo, totalizaram R$ 4,289 bilhões, com expansão de 95,95%.

Custos industriais cresceram pouco

O Indicador de Custos Industrias (ICI) subiu 1,3% na média em 2019, em comparação com a média de 2018.

Esse é o terceiro menor crescimento da série anual, atrás apenas da retração observada em 2009 e a expansão de 1% em 2017.

A mudança moderada ocorreu devido ao baixo aumento do custo com pessoal e à queda no custo com capital de giro e do custo tributário.

“O crescimento moderado dos custos é bem-vindo, especialmente após o indicador ter apresentado o maior crescimento da série história em 2018”, aponta a pesquisa da Confederação Nacional da Indústria (CNI).

Portabilidade de cédito

O Conselho Monetário Nacional (CMN) adiou a entrada em vigor de mudanças nas regras de portabilidade de crédito, aprovadas em novembro do ano passado e deveriam entrar em vigor em abril e junho deste ano.

A decisão foi tomada em reunião extraordinária do CMN realizada na noite desta quarta-feira (1º) e divulgada nesta quinta-feira(2), em Brasília.

 

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