Depois do Carnaval: um mês de folia

Por: Elissandro Sutil

09/02/2016 - 08:02 - Atualizada em: 09/02/2016 - 08:56

Dizem que no Brasil o ano começa depois do Carnaval. Será? O fato é que na política, em 2016, é a folia que ironicamente terá início depois da “festa da carne”. A temporada de infidelidade será aberta no dia 18, quando o Congresso Nacional deve promulgar a emenda constitucional que abre a janela para troca de partido. A partir daí, os detentores de mandato eletivo terão um mês para trocar de sigla de forma legal.

A janela movimenta os bastidores e marca o início do processo eleitoral desse ano. Apesar de não correr o risco de perder o mandato, a troca de partido pode trazer prejuízos à imagem de alguns, principalmente, para aqueles que pulam de galho em galho a cada nova estação, sempre motivados por interesses pessoais e nada ideológicos.

Em Jaraguá do Sul, a previsão é de que pelo menos três vereadores aproveitem a brecha, todos embalados por Jair Pedri, que vai para o quarto partido tendo apenas um mandato no currículo. No clima de Carnaval, Mario Lago já bem falou sobre falsidade e infidelidade com o clássico: “Se você fosse sincera / Ô ô ô ô, Aurora / Veja só que bom que era / Ô ô ô ô, Aurora”. E a letra de Jararaca e Vicente Paiva também diz muito sobre a política atual: “Mamãe, eu quero / Mamãe, eu quero mamar…”

A conduta infiel de muitos pode não ser a única causa para o desgaste atual da categoria e em alguns casos pode até ser justificada. Porém, a ausência de coerência ideológica de outros evidencia uma ambição que gera em grande parte a falta de afinidade da sociedade com os partidos.

Como confiar em alguém que tem o único objetivo de chegar ao poder e que muda o discurso a cada novo refrão? No fim da festa, o jurado é o eleitor que, como nunca, tem demonstrado que está cansado da falta de ética, e pode estender a penitência da Quarta-Feira de Cinzas para quem não compreender que a sociedade pede uma nova postura dos políticos, de maior defesa pelo coletivo e menos por cargos e interesses pessoais.

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Foto: Eduardo Montecino/OCP Online

Foto: Eduardo Montecino/OCP Online

Com ritmo
O prefeito Dieter Janssen (PP) abriu o Carnaval na noite de sábado e mostrou animação. Apesar do corte no orçamento para a festa, de R$ 129 mil para R$ 25 mil, o Pavilhão de Eventos foi tomado pelo clima e beleza da cultura popular.

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De saída
Secretária da Saúde, Emanuela Wolff confirma que deixará a pasta no fim do mês. Segundo ela, o objetivo depois disso é organizar o PMDB para a disputa à Prefeitura, em outubro. Cotada como possível vice na chapa de Dieter Janssen, Emanuela diz que tudo vai depender dos encaminhamentos do partido, que tem outros nomes como Jaime Negherbon e Natália Petry.

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