Cortando desperdícios

Por: Elissandro Sutil

19/07/2016 - 04:07

foto lucio sassi diplomação dep estaduais 2014 centro sul (102)

“Não sinto uma retomada do crescimento, então é fundamental manter o equilíbrio fiscal, um procedimento indispensável para proteger (financeiramente) Santa Catarina. É preciso buscar ainda mais integração no compromisso de economizar, cortar desperdícios e ter uma gestão mais eficiente. Temos uma crise econômica profunda no país e é preciso estar consciente desta situação e dos desafios que teremos. Cada um pode fazer a sua parte para mantermos nosso compromisso na prestação de serviços de qualidade para proteger a sociedade”. O discurso é do governador Raimundo Colombo (PSD), para quem é preciso encarar os próximos desafios com mais eficiência ainda, uma referência aos desafios vencidos no primeiro semestre deste ano. Colombo voltou a afirmar também que mesmo diante do cenário de queda da arrecadação, o governo de Santa Catarina não vai aumentar impostos. “Muitos outros estados estão aumentando impostos. Mas seria uma catástrofe fazer isso agora.

Não por acaso, temos a menor taxa de desemprego do país, com novas empresas procurando por Santa Catarina para desenvolver seus projetos”, afirmou Colombo. O discurso do governador serve como uma luva para servidores públicos de todas as instâncias cujos salários provenham dos cofres do Estado. Afinal, gastar menos com  luz, água, telefone, material de expediente, por exemplo, terá reflexos orçamentários positivos. Em resumo, coletivamente haverá mais cuidado com o dinheiro público. A mesma receita serve para trabalhadores da iniciativa privada. Nestes tempos mais difíceis, economizar é preciso e não só no bolso de cada um.

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Menos CNHs

Um estudo realizado pelo Departamento de Trânsito de SC revelou que caiu o número de habilitações emitidas nos últimos 12 meses em Santa Catarina. Entre 1º de junho de 2015 e 30 de maio de 2016, foram emitidas 120 mil permissões para dirigir entre as categorias A (moto), B (carro) e A e B (moto e carro). Em 2015, no mesmo período, foram 138 mil carteiras.  Houve uma significativa queda na emissão de novas carteiras nos últimos dois anos e isso talvez seja resultado dos reflexos da crise, opina a gerente de Habilitação de Condutores do Detran, delegada Cláudia Regina Bernardi da Silva.

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Transporte público

Confirmado para dia 27 de julho, às 18h30, no auditório do Centro Empresarial de Jaraguá do Sul audiência pública para debater assuntos ligados ao transporte público. Passados 48 anos, o edital de licitação, já em fase de elaboração, marca uma nova etapa do transporte de passageiros. Um serviço implantado por concessão da Prefeitura em 1968 (prefeito Victor Bauer) à empresa Ouro e Prata, de Blumenau (hoje Rodovel). Em 1970, os empresários Tibúrcio, Carlinhos e Juvenal Bogo fundaram a Empresa Jaraguaense de Transporte Coletivo, Que recebeu no mesmo ano o nome de “Canarinho”, uma homenagem à Seleção Brasileira campeã do mundo no México. Até hoje o contrato foi sistematicamente renovado.

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Resolve?

Na Assembleia Legislativa há um movimento de recriação das regiões metropolitanas. Para permitir, dizem alguns deputados, que cidades limítrofes discutam ações conjuntas como mobilidade urbana, esgotamento sanitário, prevenção a desastres, entre outras. Desde o início dos anos 2000, no governo do ex-prefeito Irineu Pasold (PSDB) a construção de uma usina regional de compostagem do lixo doméstico, por exemplo, é tema de discussões como forma de reduzir drasticamente a conta das prefeituras com o transporte de todo o material para aterros qualificados de outras cidades. Só Jaraguá do Sul gasta, em média, R$ 11 milhões ao ano. E qual a conclusão a que se chegou até agora? A resposta é… nenhuma. Com uma região metropolitana, a solução viria? A resposta é… não! Quando municípios limítrofes não se juntam politicamente para resolver problemas comuns, fica tudo como está.

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CURTAS

Em quatro dos cinco maiores municípios do Vale do Itapocu os atuais prefeitos não disputam a reeleição em outubro. Luiz Carlos Tamanini (PMDB), de Corupá, e Mário Fernando Reinke (PSDB), de Massaranduba, estão fora do pleito porque foram reeleitos em 2012. Osvaldo Jurck (PSDB), de Schroeder, é contra a reeleição de prefeitos e Lauro Frölich (PSD), de Guaramirim, desistiu oficialmente da empreitada.

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Somando os salários dos meses de junho, julho e a antecipação da primeira parcela do 13º (já depositada), até o início de agosto o governo do Estado desembolsa R$ 2,3 bilhões em salários para os servidores. Parte disso injetado diretamente na economia catarinense via comércio de bens móveis e imóveis. Os mais cautelosos vão guardar um pouco em poupança, mas há um outro contingente que respira aliviado com a antecipação da metade do décimo.
Que vai para aliviar as dívidas.

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Oito dos atuais 40 deputados estaduais estão licenciados. Seja por ocuparem secretarias estaduais, pelo rodízio de partidos, dando lugar aos suplentes ou pela condição de pré-candidatos a prefeito, todos já em campanha disfarçada. Darci de Matos, em Joinville e Jean Kuhlmann, em Blumenau, só aguardam a oficialização de seus nomes pelos diretórios do PSD. Mas outros também devem se lançar à disputa. Por exemplo, Gean Loureiro (PMDB) em Florianópolis e Ana Paula Lima (PT), em Blumenau. Matos, Kuhlmann, Loureiro e Ana Paula são candidatos derrotados na majoritária para prefeito em 2012.

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Atilio Fontana, o criador do Grupo Sadia e, por consequência, de um extraordinário viés da economia catarinense com o sistema integrado de produção de aves e suínos, completou 100 anos de idade no domingo (17). Otimista por natureza e com conhecimento de causa como poucos, disse em entrevista que, se o País já sobreviveu a governos como de José Sarney e Fernando Collor de Mello, não há razões tão extraordinárias para nos assustarmos tanto com a crise que vivemos hoje. Opina que o País sairá ainda melhor da atual crise. É o que tenho dito, sempre, porque sou um sobrevivente de Sarney e Collor.

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Na disputa em primeiro turno pela presidência da Câmara dos Deputados, após a renúncia de Eduardo Cunha (PMDB), o deputado Esperidião Amin (PP) foi o quarto mais votado entre os 13 candidatos inscritos, com 36 votos. À frente de parlamentares históricos como Luiza Erundina (PSOL-SP), com 22 votos e Miro Teixeira (Rede-RJ), com seis.