O prefeito de Jaraguá do Sul, Antídio Lunelli, aproveitou a coletiva de divulgação do calendário festivo pelos 141 anos do município, na manhã da última sexta-feira (30), para fazer um breve balanço dos seus primeiros meses de gestão. A busca por equilíbrio financeiro consumiu o maior esforço da administração, sendo o destaque do semestre. De um lado, foram tomadas medidas para gerar caixa – como os leilões de terrenos e veículos –, de outro, para diminuir as despesas, como o pacote de corte de benefícios do funcionalismo.
Avaliando a realidade ainda como complicada do ponto de vista da crise nacional e corrupção, o empresário se disse satisfeito por ter conseguido pagar as contas com fornecedores em dia e também os salários dos servidores. Nesse ponto, Lunelli afirmou que se não fossem os cortes de despesas, dificilmente, a administração teria conseguido cumprir com as obrigações. As projeções são ainda complicadas como a de uma queda de R$ 17,5 milhões de ICMS em 2018.
Apesar disso, o prefeito acredita que as medidas já tomadas e as que estão sendo preparadas surtirão efeito positivo. “Estou motivado com a retomada do crescimento. Ser prefeito de uma cidade como Jaraguá do Sul não é para amadores”, discursou, sendo aplaudido pelo primeiro escalão. Lunelli também destacou índices que trazem orgulho aos jaraguaenses para defender que é preciso fortalecer a autoestima da população. O prefeito lembrou que recentemente a cidade foi considerada a mais segura do país e que é o município que melhor paga os professores da rede pública no Estado.
Apesar disso, com as diversas demandas a serem atendidas, como mais vagas nas creches, menor fila para consulta e exames com especialistas e infraestrutura nos bairros, Antídio Lunelli disse estar consciente que a população espera por respostas do governo. O prazo de validade da lua de mel já terminou e além do esforço administrativo, é preciso mostrar resultados efetivos. A aposta nesse quesito tem sido na captação de recursos em bancos internacionais, e junto a programas do governo do Estado e Federal. Modernizar o centro da cidade, construir uma nova ponte e aumentar a ciclovia são algumas das metas.
Mais transparência e combate à sonegação
Para Lunelli, duas questões são fundamentais daqui para frente: maior transparência no uso dos recursos públicos e combate à sonegação. Para resolver a primeira equação, a chefe de gabinete Emanuela Wolff (PMDB) diz que mudanças no Portal da Transparência estão sendo projetadas internamente. O objetivo é tornar o acesso mais ágil e claro. Uma das ideias é que através do celular a população possa saber informações sobre despesas e salários dos agentes públicos e políticos.
Quanto à sonegação, até o início de 2018, segundo o vice-prefeito Udo Wagner, deve ser implantada a nota fiscal jaraguaense. Uma maneira de incentivar a população a pedir a nota em todas as suas compras, inclusive, de serviços. O modelo adotado com sucesso em São Paulo deve servir de base.
Com bom humor, Antídio Lunelli disse que faltando duas semanas para eleição perdeu uns três mil votos da classe médica ao contar na campanha o problema que teve em um consultório quando a secretária afirmou que a consulta com nota tinha um custo e, sem, outro, mais barato. O empresário admitiu, porém, que com tanta corrupção e com tantos tributos a situação fica difícil para todos.
Menos, menos…
“Gente, eu já avisei, nem me manda esse tanto de papel. O prefeito sabe o que tem que fazer. O secretário também sabe”. Declaração do prefeito Antídio Lunelli que levantou risada ontem durante a coletiva. O bem humorado puxão de orelha foi direcionado aos vereadores que a cada sessão apresentam uma enxurrada de indicação pedindo melhorias nas ruas. De janeiro até agora, já foram mais de 1.100. Haja papel!
Herança bendita
Apesar de assumir a administração com caixa no vermelho, Antídio Lunelli recebeu como herança de Dieter Janssen diversos projetos que estão possibilitando a modernização da máquina pública. Entre eles, a integração do sistema de informática, a nota fiscal eletrônica, o Projeto Lar legal, que agiliza os alvarás, e ainda os leilões e o protesto de títulos, que foram idealizados na gestão passada.
Entidades apoiam reformas
O Conselho das Federações Empresariais de Santa Catarina (Cofem) lançou manifesto intitulado Por um Novo Brasil, defendendo a união de todos os brasileiros para debelar a corrupção e reconstruir um país que valorize quem trabalha, empreende, cria empregos e vive honestamente.
O texto afirma ainda que o Congresso pode mudar a realidade nacional ao aprovar as reformas e reconhece os parlamentares que têm se posicionado pela aprovação das mudanças que buscam tornar o Brasil mais competitivo e capaz de gerar novos empregos.
O Cofem é composto pelas federações empresariais que representam todos os setores da economia catarinense: indústria (Fiesc), comércio (Fecomércio), agricultura (Faesc), transportes (Fetransesc), das Associações Empresariais (Facisc), das micro e pequenas empresas (Fampesc) e das Câmaras de Dirigentes Lojistas (FCDL).