“Divisão do fundo eleitoral é barreira para quem não tem mandato”

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Por: Elissandro Sutil

01/08/2018 - 05:08 - Atualizada em: 01/08/2018 - 08:42

Ultrapassar as barreiras impostas para se eleger não é tarefa fácil para quem está fora do poder. E as regras eleitorais aprovadas no ano passado dificultaram ainda mais o trabalho para aqueles que não têm mandado. O fundo eleitoral é a prova mais explícita.

Segundo dados divulgados pelos cinco partidos que mais receberão recursos públicos para campanha neste ano, quem tem mandato está com verba garantida; quem não tem terá que se contentar com trocados.

MDB, PT, PSDB, PP e PSB, que juntos têm 236 deputados (46% dos 513 parlamentares da Câmara) e 48 senadores (59% dos 81), ficarão com R$ 875 milhões dos R$ 1,7 bilhão do fundo e reafirmam a estratégia.

No MDB, senadores com mandato já foram avisados que receberão R$ 2 milhões para campanha, deputados que buscam a reeleição ficarão com R$ 1,5 milhão, R$ 69 milhões terão que ser repartidos obrigatoriamente entre as candidatas mulheres e a sigla diz que R$ 54 milhões serão divididos conforme o desenrolar da disputa.

No PP, deputado federal candidato à reeleição vai contar com R$ 2 milhões, governador: valor equivalente a 50% do teto de gastos da campanha estipulado em lei, senador candidato à reeleição: R$ 3 milhões; deputado federal candidato a deputado estadual: R$ 1 milhão, deputado estadual candidato a reeleição: R$ 100 mil e R$ 39,3 milhões, no mínimo, serão destinados para campanhas de mulheres. PT e PSDB não detalharam os valores, mas a divisão seguirá a mesma lógica.

O fundo público de campanha foi criado para substituir o financiamento de empresas a candidatos, porém, uma das incoerências está no fato de que apesar do clamor por renovação existente no país, as regras fazem com que a sociedade banque justamente boa parte daqueles que há décadas saqueiam a nação ou, então, no mínimo, compactuam com o status quo e não farão esforço para mudar a prática política.

Posse na Câmara

A suplente Maria Célia Chrast (PP) assumiu ontem a cadeira do titular, Eugênio José Juraszek (PP), que se afastou por dez dias por motivos de saúde. A empresária, formada em Assistência Social, obteve 389 votos no último pleito, ficando em sétimo lugar na suplência. A posse de Célia mostra um esforço do PP de dar mais espaço ás mulheres. Anderson Kassner e Ademir Izidoro prestigiaram a correligionária.

 

 

Servidores absolvidos por comissão especial

O Sinsep comemorou o arquivamento do processo administrativo aberto pelo prefeito Antídio Lunelli (MDB) no ano passado contra 23 servidores que aderiram à greve da categoria.

A investigação envolvia um protesto que aconteceu enquanto o prefeito participava de uma solenidade no Sesi. Quem assinou o arquivamento foi o vice Udo Wagner, tendo em vista que Lunelli reconheceu a suspeição em decidir a causa.

Os servidores foram acusados de fazer ameaças ao prefeito e de incitar à violência, além de tentar invadir o auditório do Sesi, onde ocorria evento com a participação de autoridades regionais. Entretanto, o parecer da Comissão Especial de Processo indicou pela absolvição de todos os acusados, que corriam o risco de serem exonerados.

 

MP sugere arquivamento de denúncia do prefeito 

Em 2017, o prefeito Antídio Lunelli fez uma representação criminal na Promotoria de Justiça  contra o presidente do Sinsep, Luiz Cezar Schorner, também em função do ocorrido nas dependências do Sesi, acusando-o de proferir injúrias, difamações, calúnias e incitação à violência.

Após colher depoimentos, o Ministério Público recomendou à Justiça o “arquivamento” do caso diante da inexistência de indícios capazes de autorizar a deflagração de ação penal, entendendo também que não há razões para a intervenção do direito penal como mediador do conflito.

O processo segue agora para o juiz da Comarca.

 

Rápidas

 

No meio da fala de Marcelindo Gruner  (PTB), na tribuna, o celular de Jaime Negherbon (MDB) tocou o chamado gemidão. Viralizou nas redes sociais.

Prefeito Luís Antônio Chiodini (PP) pretende ter em breve rastreadores em toda frota do município. Diz que denúncias de mau uso dos veículos e a preocupação com o gasto de combustível são razões.

Projeto de lei do Executivo cria gratificação de R$ 2 mil de ‘função adicional’ ao contador da Prefeitura de Guaramirim, que acumular funções ou outros encargos de especial responsabilidade técnica, como a contabilidade também de fundações ou autarquias. O texto ainda será analisado pelo plenário.

Vereador Ronaldo Magal (PSD) é autor de requerimento para que a Câmara realize uma sessão itinerante na Sociedade Amizade.

Na inauguração da nova sede do Issem, ontem, Ademar Possamai revelou um número impressionante. O instituto viabilizou no ano passado quase 213 mil atendimentos na área de saúde, que representam um valor aproximado de R$ 22 milhões.

 

 

 

Eleições 2018

Aliados em Jaraguá do Sul, mas adversários na corrida pelo governo do Estado, emedebistas e pepistas estão se esforçando para não deixar o clima de disputa interferir localmente. Nem sempre é fácil. Mas assim tem sido nos últimos seis anos. Em 2014 deu certo.

 

E se o recorde de candidaturas competitivas for mesmo confirmado, poderá haver reflexo na corrida para Assembleia Legislativa. A pulverização de votos é uma possibilidade que merece ser analisada.

 

Esperidião Amin (PP) tem lembrado que o compromisso com o PSD de Gelson Merisio era de que quem estivesse melhor nas pesquisas disputaria na cabeça de chapa.

 

A eleição deste ano mostrará o quanto a eleição brasileira ainda é dependente do tradicional horário eleitoral gratuito e o quanto as redes sociais podem ser influentes. Bolsonaro (PSL), Amoêdo (Novo), Marina Silva (Rede), Guilherme Boulos (Psol), Manuela DÁvila (PCdoB) e Álvaro Dias (Podemos) torcem para o pleito seja marcado por uma virada comportamental. Os especialistas divergem.