As propostas do próximo governo nos apontam que a partir de 1º de janeiro de 2019, o Brasil será submetido a uma dieta para redução do tamanho do Estado.
É notório que nosso mastodôntico Estado é um dos mais vorazes do mundo em carga tributária. Enquanto nos Estados Unidos a receita tributária em relação ao PIB é de 26%, por aqui ela representa 32%.
Isso nos obriga trabalharmos 123 dias do ano, em média, para saciar a gula desse obeso Estado que emprega cerca de 12 milhões de funcionários.
O dito popular “assim não dá pra ser feliz” se confirma pois, no ranking global de países felizes liderado pela Finlândia, ocupamos a melancólica 28ª posição, de acordo com o Relatório Mundial de Felicidade da ONU, edição 2018.
Há no senso comum brasileiro uma ideia preconcebida de que Estado máximo não garante bem-estar social. A propósito, é um equívoco pensar que bem-estar social possa depender, necessariamente, de tamanho de Estado.
Então, por essa ótica, também não poderíamos ter grandes organizações privadas altamente produtivas, empregando milhares de colaboradores orgulhosos e comprometidos. Óbvio que são duas naturezas contextuais diferentes, mas, a eficiência sempre será inerente as duas, o resto é retórica.
Temos nos países nórdicos a prova de que Estado máximo pode sim ser eficiente e garantir bem-estar social. Países como Finlândia, Noruega e Dinamarca, que encabeçam a lista das nações mais felizes do mundo, desfrutam de bem-estar social garantido por um Estado pesado. Mesmo soando paradoxal, o dinamarquês, considerado o 3º povo mais feliz, arca com a maior carga tributária do mundo.
Na Dinamarca, entre impostos diretos e indiretos, 70% da renda de um cidadão é consumida pelo Estado. Como entender essa equação? É simples: lá o cidadão sabe que esse pesado tributo está sendo bem aplicado pelo Estado, pois o recebe de volta em serviços assistenciais, educação, segurança, saúde, liberdade e justiça.
Embora lá o Estado seja pesado, ele é presente, ágil, eficiente, eficaz e, sobretudo, confiável. Tudo ao contrário de nossa realidade tupiniquim, anos-luz atrás deles.
Se lá o Estado é encorpado, sua constituição é de peso magro, enquanto que por aqui sofremos de obesidade. Se o Estado dinamarquês come muito para gerar e distribuir energia, o nosso come muito para acumular gordura mórbida.
O que devemos vislumbrar para o Brasil é que, antes de tamanho, o Estado possa ser eficiente. Mas, considerando nossa identidade histórica e padrão cultural, isso seria quase utopia.
Quem sabe possamos ter, doravante, um Estado dando seus primeiros passos na esteira, numa velocidade de 2 km/h, obviamente munido de máscara de oxigênio e acompanhado de especialista cardíaco. O que valerá é a atitude.
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Prezados leitores, esta é a última coluna de 2018. Estaremos de volta em janeiro/19. Desejo a todos um Feliz Natal e que possamos crescer em humanidade em 2019.
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