“Viajar na maionese” – Leia a coluna do Prates deste sábado (7)

Foto Divulgação

Por: Luiz Carlos Prates

07/03/2020 - 07:03 - Atualizada em: 29/04/2020 - 13:34

Algumas expressões populares não raro se tornam permanentes, Outras vêm e vão, somem. Não sei se ainda alguém diz que quando uma pessoa está falando de planos adoidados que ela está “viajando na maionese”.

Ouvi e usei muito dessa expressão, não sei se a leitora já a ouviu… Se não ouviu, repito, essa expressão significa loucuras que uma pessoa estava a dizer. E sabes quando as pessoas mais “viajavam na maionese”? Quando estavam na fila da Mega-Sena.

Cansei de ouvir repórteres entrevistando apostadores diante de um prêmio daqueles de nos fazer “viajar na maionese”. E sabes de onde tirei o alicerce desta nossa conversa de hoje, leitora? Da pregação de um padre. Isso mesmo, um padre pregando sobre felicidade…

Ele dizia, como já ouvi cansativas vezes apostadores dizendo, que se ganhasse na Mega-Sena viajaria pelo mundo, compraria uma mansão, compraria um carrão, compraria uma fazenda, ia ajudar os familiares em necessidade, essas coisas. Mas também dizia que nada disso o faria feliz. E afirmou enfaticamente que o que tem preço não produz felicidade, produz felicidade o que tem valor. Sutil. E o padre continuou “viajando na maionese”, falando de tudo o que ele faria se ganhasse sozinho na Mega-Sena.

E continuou enfático: “Felicidade não se compra, amor não se compra, saúde não se compra, vida não se compra”… Vivo dizendo isso. Então, concordei com o padre. E penso que concordamos todos, não é mesmo, leitora? Pelo menos da boca para fora.

Essa “viagem na maionese” de ajudar familiares se ficarmos rico é conversa mole que não faz o boi dormir. Quem é que ajuda parentes? Aliás, já disse várias vezes e não tem mesmo que ajudar, salvo se for para tratamento médico severo. Por nenhuma outra razão. Emprestar dinheiro para parentes equivale a jogá-lo fora, a desavença é certa e o dinheiro perdido…

“Viajamos na maionese” falando sobre o que faríamos se ficássemos ricos e esquecemos que para a felicidade a primeira condição é ser pobre… Pobre de arroubos idiotas, de vaidades inanes e de desejos enganosos, como comprar isto e mais aquilo e de tudo um pouco. Para depois, na solidão da vida, descobrir que o que se compra não tem valor, valor tem o que se conquista. Felicidade, por exemplo.

Venenos

Manchete que vem do Ibama – “Brasil tem importação recorde de agrotóxicos em 2019”. E mais – “Alguns desses agrotóxicos são proibidos em seus países de origem”. E depois as pessoas ficam se questionando de onde vêm tantos cânceres e tantas doenças degenerativas… Fico a imaginar o que não fazem e o que não usam nas lavouras, nos aviários e nos abatedouros…

Órfãos

Pela falta de educação das crianças e dos jovens, vivo usando da expressão “órfãos de pais vivos”. São jovens que vivem como se não tivessem pais, têm, mas esses pais e mães são uns trastes que não educam os filhos. Mas há também, mais doloroso ainda, os “pais órfãos de filhos vivos”. Filhos ordinários que vão para longe e nem aí para ajudar os pais. Pais velhos, o que é duro. Mas esses filhos infelizes vão pagar pelo que fazem, ah, vão…

Falta dizer

Imprensa podre. Ouvi e li jornal de São Paulo sobre esta manchete: – “Homem é agredido após sentar em trilho do metrô”. O metrô vinha chegando à estação e o cara foi sentar-se no trilho. Não queria sair. Seria esmagado e poderia haver graves consequências para outras pessoas. Foi tirado a tapas dos trilhos. E ninguém deu razão aos seguranças, caíram de pau sobre eles. “Bonzinhos” boçais.

 

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