Vai dar tudo certo! – Leia a opinião de Luiz Carlos Prates

Por: Luiz Carlos Prates

30/08/2022 - 05:08 - Atualizada em: 31/08/2022 - 12:07

Como estudei a vida toda em escolas maristas e depois ainda fui para a Universidade Católica, PUC, me tornei um “teólogo”. Já li e reli a Bíblia e os outros quatro mais importantes livros religiosos do mundo, mas… Continuo mascando o chiclete das incertezas. Hoje acordei com os pés de fora. Amuado, aborrecido mesmo. Isso não pode ficar assim, pensei. Liguei a tevê no canal Modo Viagem. Apresentava um documentário de um brasileiro indigenista numa experiência com caciques, pajés, gente qualificada da cultura indígena.

À medida que eu via o documentário, lembrei-me de um colega de rádio com quem trabalhei. Já conto. Antes, preciso dizer que no tal documentário sobre a cultura indígena na Amazônica, o indigenista estava numa oca junto a um pajé. O indigenista bebia uns chás especiais enquanto o pajé sacudia folhagens como se fosse um espanador. O pajé afugentava maus espíritos que perturbavam o indigenista. E o sujeito declarou mais tarde que de fato ele tivera visões, vira espíritos, essas coisas… Paro por aqui, não posso dar mais espaço às alucinações, aquilo que vemos sem existir… Quem não sabe que a predisposição altera a percepção? Quando você está predisposto a ver alguma coisa, você vai vê-la, ah, vai. Prefiro a psicologia do positivismo existencial.

E é aqui que entra a lembrança do meu colega narrador esportivo de Porto Alegre. Toda vez que ele estava numa encrenca, num daqueles perrengues habituais de quem trabalha, ela passava a mão no nariz, como que a limpá-lo, e dizia: – “Vai dar tudo certo”! E acrescentava: – “O que é do homem o bicho não come”. Pois esse sujeito, leitora, está lá até agora, numa posição invejável, já passou por poucas e boas e não é que tudo passou mesmo? De fato, o que é do homem (da pessoa, dele ou dela) o bicho não come.

Então, não é preciso a falsidade de crucifixos no pescoço, orações da boca para fora, enganosas afirmações divinas, nada; o de que precisamos é da fé. Fé no que nos é possível. Acreditar que tudo vai dar certo é um canhão de fé a nosso favor. Suspirar e dizer, bah, não vejo saída, apressa o passo que falta para o precipício. Saí do atoleiro lembrando-me de um colega pleno de fé. Fé nele mesmo.

LÍNGUA

Cansativo repetir que a língua nos revela, nos despe. – Ah, mas eu falo brincando! Pois é, mas temos que fechar a boca diante de certas brincadeiras. Uma “famosa” de araque, acusada de falar demais sobre sexo, disse que – “Falar de sexo não é problema, sou livre e pago minhas contas”. Ela tem 18 milhões de seguidores, imagino o nível. Ademais, querida, pagar as contas não é virtude, é obrigação. “Faz”, mas faz quieta…

VAIDADES

Sim, na vida tudo são vaidades e correr atrás do vento… Discussão na BBC Brasil: Por que os efeitos das críticas duram mais do que os elogios. Bolas, porque recebemos elogios com naturalidade, “merecemos”, é o que a nossa vaidade pensa. Já as críticas nos machucam, nunca as esquecemos, elas nos quebram o espelho da vaidade, mas podem nos dar a escada para o sucesso. Depende da cabeça do criticado.

FALTA DIZER

É duro ser empregador no Brasil. Um baterista de uma cantora famosa entrou com processo contra ela porque diz ter ficado surdo… Mas e por que ele não tapou os ouvidos por ele mesmo? Ademais, prove-me que ficou surdo por não ter “recebido” proteção para os ouvidos? Safado. É o que mais anda por aí…