Um salto para a vida – Leia a coluna de Luiz Carlos Prates

Por: Luiz Carlos Prates

05/10/2022 - 05:10

Muito fácil ser forte e valente quando tudo nos está numa boa! Quero ver se forte e valente quando a corda da vida nos aperta o pescoço. Aí eu quero ver. O relógio se encaminhava para as cinco da tarde. Hora de preparar o chimarrão. Pus a água para esquentar e enquanto esperava fui ler jornal. Fui virando página após página, deixando os olhos marcar o que eu leria mais tarde, com calma.

Não pude deixar para mais tarde. Dei de olhos com uma história que começava com o título de “Superação”. E superação é um dos arquivos dos meus assuntos para palestras, comentários e vida… Era a história de uma paulistana, 40 anos. Que história! Essa mulher descobriu, assim, sem mais nem menos, que tinha um câncer agressivo no estômago. Teve que tirar metade do estômago. Tirou. Câncer dos brabos. Ao meio desse abalo, o marido deu no pé, ela ficou só… Ficou só porque também nesse tempo a mãe dela morreu.

Entendeste, leitora, o sofrimento dessa mulher? Ela era saudável, alegre, casada, a mãe por perto, a vida ideal. Tudo foi por água abaixo em meses. Ela desistiu da vida? Não. E é aqui que entra a história da superação. Ela enfrentou cirurgias, tratamentos, a dor de perder a mãe, a solidão de ver o marido ir embora… Desastre? Não foi assim que ela reagiu. Ela ficou sabendo, nesse tempo de chuvas e trovoadas em sua vida, de um grupo de mulheres paraquedistas. E não pensou duas vezes: – “Vou entrar nessa”!

Pensou, decidiu e hoje é paraquedista. Ela tem uma “família” de 40 mulheres paraquedistas que não param quietas, se exibem em saltos magníficos em vários lugares. Elas formam como que um Circo de Soleil no ar. Que admiração por essa paulistana. Quando muitos a imaginavam naufragada para vida, ela “subiu” aos ares e dos ares vive se jogando, sentindo o vento da liberdade no rosto. Que exemplo! Quantas e quantas pessoas numa situação parecida com a dela teriam desistido de tudo e pensado no pior? Ela pensou no melhor. O verbo lutar é o melhor dos verbos, antagônico do tétrico verbo desistir. Seja qual for o nosso mal, ele tem saída. Uma boa saída. É só pensarmos no verbo lutar e pôr a cara para os bons ventos da vida. Dar um “salto” para a vida.

EXAGERO

Uma professora brasileira postou fotos dela vestindo um biquíni daqueles de motel depois da meia-noite. Foi demitida. Muitos protestaram, acharam que censuraram a liberdade da professora. Não, a escola deu à professora uma lição. Professores, como qualquer de nós, devem saber que o que fazemos repercute sobre nossas circunstâncias, família, trabalho, clube, partido, igreja, tudo. Aprendeste, professora? Aprendeu nada…

PSICOLOGIA

Aqui em Santa Catarina estão criando grupos reflexivos para conscientizar e “recuperar” os que surram ou matam mulheres. Ferro, isso sim… Quem bate em mulher é irrecuperável, vê a mulher como objeto e serva dele e se prevalece da força física. O que esses tipos têm que receber é “justiça” bem aplicada e cadeia por longo tempo. Ah, é verdade, uma conversa no “pé do ouvido” pode ajudar muito, na hora. Vagabundos, “caídos”!

FALTA DIZER

Ouça esta manchete: – “Após morte da rainha Elizabeth II, valor de cães da raça Corgi passa de 14 mil no Brasil”. O que mais se vê são inseguros “comprando” bichinhos de grife para se exibir. Baita, vira-latas esses compradores. Ademais, por que não compram dos livros que a rainha lia? Bobos da corte!