“Sedentarismo mental”

Por: Luiz Carlos Prates

08/03/2019 - 10:03 - Atualizada em: 18/03/2019 - 22:35

Muito engraçado, para não dizer trágico, mas todos os dias ouço alguém falando mal do sedentarismo e aconselhando alguém a dar um jeito na “barriga” – “Estás muito barrigudo, fulano, tens que fazer mais exercícios…”. A conversa que bem conhecemos.

Triste ter que dizer que fazer ginástica, mexer o corpo é indispensável à boa saúde, afinal, somos bichos de movimento, sabemos disso ou isso intuímos. Intuição é conhecimento sem consciência, sem que sei, mas não sei por que sei…

Ontem, ouvindo um médico falar sobre Alzheimer na televisão me ocorreu de falar de um combate a um sedentarismo a que poucos se conscientizam e menos ainda por ele fazem alguma coisa. Falo do sedentarismo mental, pessoas que não investem na mente e não sabem que podem estar encaminhando a vida para uma doença como Alzheimer, incapacitante, paralisante mesmo.

Alzheimer é uma doença que afeta o cérebro, não se sabe de onde vem e não se tem ainda cura para esse mal que vai deteriorando as pessoas aos poucos. Doença que afeta o cérebro, a começar pela memória. No final, a pessoa é totalmente dependente de terceiros, não responde por mais nada de si mesma, nem mental nem fisicamente…

Não é apenas o Alzheimer que queima os fusíveis da mente, outras doenças também o fazem, mas o Alzheimer é mais destruidor.

Fora das questões familiares, genéticas, não se sabe como a doença começa, mas… Uma cabeça vibrante, que estuda, que se nutre de diversos estímulos durante o dia e durante a vida fica mais resistente, demora mais para eventualmente cair em desgraça…

Ocorre que a maioria das pessoas se “aposenta” cedo para a vida mental. Muitos deixam de trabalhar e a cabeça, que nunca foi bem tratada, vira uma dispensa de cacos velhos… Sem estímulos nem motivações. É o sedentarismo mental, o pior de todos.

Qualquer ação que dê “trabalho” aos neurônios é exercício mental, ótimo para a saúde da mente e do corpo. Nós somos a nossa memória, tudo o que somos está nos arquivos da memória, quando esse arquivo entra em curto- circuito, perdemos a identidade…  As dificuldades físicas têm jeito, as mentais não. Exercitar a mente, nutrir a memória, fazer uso constante dela é remédio para a boa saúde e a longa vida. Uma vida “consciente”. O melhor exercício mental? Livros diversos. Livrarias são farmácias da mente e da vida. Busquemo-las!

Problema

Todos os dias, ouço um “ingênuo” ou outro querendo resolver problemas de trânsito abrindo ruas ou alargando outras. Perda de tempo. A notícia que chega é de que neste início de ano, comparado ao mesmo período do ano passado, houve aumento de 16% na frota de novos veículos em Santa Catarina. A solução é brecar a fabricação e criar soluções que não envolvam novas ruas ou alargamentos. Quem será inteligente e corajoso para fazer isso? Não vejo ninguém.

Esperto

Deu na tevê há pouco. “Esperto” quis se dar bem e comprou um carrão de “barbada” pela Internet. Era uma fria, perdeu dinheiro, o paspalho. Será que ele tem a mesma voracidade para se qualificar no trabalho? Aposto todos os dedinhos que não. “Espertos” merecem entrar em fria.

Falta dizer

Muito me incomoda um estúpido querer ter razão. Ouvi há pouco na Voz do Brasil um caso de polícia. Um sujeito, no RS, ganhou um atestado médico por um dia de falta ao trabalho. O cara rasurou o atestado para dois dias. Foi descoberto e se encrencou na empresa. Sabes o que ele fez? Mesmo tendo trapaceado, comprovadamente, recorreu à Justiça. Mais que demissão, merece uma sova. Bem dada. Vigarista.