“São maioria”

Por: Luiz Carlos Prates

30/08/2018 - 12:08 - Atualizada em: 30/08/2018 - 12:42

Um pouco mais adiante vou citar um caso envolvendo futebol, mas por favor, não vire a página, não vou falar de futebol propriamente dito, vou-me valer de um exemplo do futebol, isso sim.

E a conversa começa com uma lembrança. Já comentei aqui inúmeras vezes que a decência agoniza, há quem, de modo mais pessimista, diga que ela já morreu, decência é irmã gêmea da vergonha, pobrezinhas. Estão em extinção as pessoas que diante de uma situação constrangedora enfiam a cara debaixo da cama, e o rubor facial não as deixa por muito tempo… Nada disso. Hoje os canalhas da pouca vergonha pintam e bordam e saem para as entrevistas, para as exibições públicas… Pegar essa gentalha e levar lá para a salinha dos fundos da delegacia…

O tal futebol de que me valho para a conversa de hoje vem da observação de um comentarista esportivo paulista. Ele perguntou, na coluna dele: – “Por que os jogadores não jogam com um mínimo de competência”? O colunista se queixava do baixo nível técnico do campeonato nacional. Vou responder por ele. Primeiro, não é competência que falta a muitos jogadores, maioria, o que lhes falta é vontade, vergonha na cara, suar a camisa pelo clube que os faz ricos e famosos. Ordinários. Mas não é de hoje essa indolência, é de há muito.

Mas essa indolência, esse jogar só pelo contrato e o clube e a torcida que se lixem, é uma verdade horizontal na sociedade brasileira. Quase 80% dos brasileiros (tenho as pesquisas comigo) não gostam do trabalho que fazem e trabalham só pelo salário. Sendo assim, você acha que esse tipo de gente vai se empenhar em suar a camisa pelo trabalho bem-feito e pela empresa que a paga? Claro que não, no que puderem vão tapar o sol com a peneira de suas indolências e má vontade. Por que seria diferente no futebol? Precisamos, como tenho pregado, de uma drástica revolução cultural, a revolução dos costumes, da educação das crianças e da severa e incondicional punição aos canalhas, sejam do “poder” que for. Aliás, poder só há um: o do povo. É bom que os “empertigados” abram o olho, a espada do povo pode estar chegando…

No Brasil, quando o time vai mal mandam “pastar” ao treinador; já os indolentes e farsantes de dentro do gramado ficam intocáveis. Como em tudo no país…

Tempo

A imbecilidade tomou conta de tudo. Estava ouvindo a CBN de São Paulo, futebol. De tempos em tempos na transmissão rodavam gravações com mensagens de torcedores pelo celular. Um certo torcedor esbravejou contra o time do Botafogo e o narrador acrescentou: – “O torcedor botafoguense está muito angustiado…”. Angustiado? Angustiado com resultados de futebol? Ah, vai ler um livro, ô, torcedor bobão, vai usar o tempo em coisa melhor! Mas é regra geral a perda de tempo com tontices. Gentinha.

Conselhos

Não concordo com a história de que se conselhos fossem bons não se os daria de graça… Conselhos podem sim nos ajudar, mas… Costuma acontecer que quando pedimos um conselho o que estamos na verdade é esperando uma confirmação do que já decidimos. Raramente fazemos o que nos aconselham. Afinal, é incontestável, só concordamos com quem pensa “igual a nós”.

Falta dizer

Se você é pai, se é mãe nunca saia da casa de uma filha casada desconfiando de que há algo errado entre ela e o marido. Tire tudo a limpo antes de sair, depois pode ser “muito tarde”. Meta a colher sim. Faça isso ou…