“Quem tem medo se enterra vivo” – Leia a coluna do Prates desta quinta-feira (13)

Alguém pode me dizer que ele não serviu de exemplo para nada, é possível, mas… Deixou-nos uma frase que nem Freud pensou. Estou falando da frase do cangaceiro Lampião, um legado para a vida de nós todos.

Encostando a espingarda num canto, depois de beijar Maria Bonita, Lampião suspirou – “Quem tem medo se enterra vivo”. Perfeito. É claro que Lampião não era burro para não saber que o medo é o maior dos preservativos da vida humana sobre a Terra.

Meia hora sem medos e a Terra entra em destruição, é o medo que nos trava dos erros, das mortes, contudo, é preciso saber que há medos e medos.

Olhe, leitora, estou indo longe para dizer que coragem, fé, entusiasmo e, mais que tudo, um ideal, um propósito agudo e definido, nos imuniza na vida, nos dá uma imunidade que nem vacina costuma dar. E já lhe dou logo um exemplo.

Essa história “moderna” de Médicos Sem Fronteiras não é de hoje, é coisa antiga, dos tempos das grandes epidemias e doenças devastadoras na África, por exemplo.

Médicos, sanitaristas, enfermeiras, gente de muitos talentos e nobreza, enfiaram-se, enfiavam-se matas adentro para cuidar, medicar e sarar enfermos de patologias mortais. No entanto, rarissimamente esses profissionais eram contaminados, adoeciam, perdiam a vida.

Por quê? Não tenho a mínima dúvida, quando estamos eivados da fé no bem, na certeza do bem, na vontade legítima de ajudar, quando não temos outro pagamento senão a felicidade alheia, nada nos derruba, nada.

Esse pessoal bravio, os médicos e enfermeiras sem fronteiras do passado, sabiam disso ou intuíam. Fizeram, curaram, deram o exemplo e morreram de velhos, felizes.

Vale para nós todos, em tudo. Mas que fique claro, é preciso uma determinação honesta, espontânea, sem medos nem recuos. Quando a pessoa antes de entrar em ação olha para os lados, babaus, adeus tia Chica, não vai dar certo.

Quem tem medo se enterra vivo. Mas insisto, e que fique muito claro, a ação, nesses casos de alto risco, seja no que for, tem que ser absolutamente espontânea, oxigenada apenas pela vontade de fazer, ajudar, emprestar vida. E em sendo assim, entendemos melhor o mundo.

O mundo está tomado pelos inseguros, pelos medrosos, pelos que estão “enterrados” vivos. Que pena, tinham tudo para serem guerreiros da vida, mas o medo os enterrou vivos…

Folgados

As empresas tinham que observar mais de perto os jovens funcionários.

Pesquisa de empresa paulista (não digo o nome) garante que eles hoje querem maior flexibilidade no emprego, tipo sextas-feiras mais curtas e boa parte do expediente fora da empresa. E não desejam ficar muito tempo na mesma função e empresa.

Quer dizer, querem pegar leve. Botar a mão nesses vadios e dar-lhes uma vassoura… E a gana e qualidade no trabalho? Rua!

Verdade

Outra questão sobre trabalho. Pesquisas mundiais garantem que os que costumavam tirar notas mais altas no tempo escolar, ou aqui entre nós passar nos primeiros lugares dos vestibulares, mais tarde na atividade profissional não passam de medíocres.

Já outros, outrora imaginados medíocres, chegam aos píncaros da proficiência. O talento não está nas notas acadêmicas, está nas disposições, ações e criatividade. Que beleza!

Falta dizer

Paradoxo, mas… Verdade mundial. Os alunos de notas elevadas ao tempo escolar mais tarde, por maioria, revelam-se no trabalho, imaturos, inseguros, têm baixo autoconhecimento, pouca resiliência, escassa determinação e dificuldades para administrar frustrações.

E dizem os especialistas em trabalho que a preparação escolar é importante, mas está longe de garantir performance de qualidade. Contestações?

 

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