“Os livros humanos dos dinamarqueses” – Leia a coluna do Prates desta quarta-feira (4)

Foto Divulgação

Por: Luiz Carlos Prates

04/03/2020 - 07:03

Todos nós chegamos a um certo ponto na vida que somos uma história. Uma história bem ou mal contada. Digamos que nos confundamos com um livro. Que livro você seria, leitora? Interessante…

Digo isso porque em Copenhague, capital da Dinamarca, existe uma “livraria humana”, pessoas vivenciam suas histórias como se fossem um livro. Você escolhe um título, faz a reserva e num certo dia e horário vai se encontrar com esse livro humano, uma pessoa contando sua história e respondendo suas perguntas. E aí, que livro você seria?

Na relação dos dinamarqueses existem livros do tipo “Mulçumana” (mulher que conta de sua vida como discriminada e perseguida fora da terra dela). Outros livros têm por título: Medroso, Estressado, Vítima (mulher agredida por homens), Refugiado, Cego, Solitário, Depressivo, Bullying, Bipolar, Autista, livros de todos os títulos e tudo a partir de vivências agudas de pessoas que decidiram ajudar outras pessoas em semelhantes necessidades.

Você sofre de alguma apoquentação existencial, procura por um desses “livros humanos”, marca a “audição”, vai lá e ouve alguém falando tudo sobre o que você tem a partir das vivências dessa pessoa, um “livro humano”. Vale como uma psicoterapia especial. E como todos nós temos uma história, nós também poderíamos ser um “livro”, você não acha, leitora?

O grande problema seria que livros seríamos nós? Até podemos ser, imagino, um clássico, mas é bom não perder de vista a possibilidade de que viéssemos a ser um livro de sebo, bah!

Falando nisso, lembrei-me da Bruna Surfistinha, a garota seria um belo livro, teria muitas histórias para contar, com certeza ela seria uma “best-seller”. Mas que fique claro, os livros humanos dos dinamarqueses são todos barras pesadas, livrinhos de historinhas para boi dormir não fazem sucesso, a pessoa tem que ter uma barra pesada para contar e é isso o que pode ajudar os que também se acham num atoleiro, numa barra pesada.

Pena que esse tipo de “invenção” só tenha espaço em sociedades bem mais desenvolvidas que a nossa, aqui os “livros” seriam vistos com desconsideração, por certo. Aliás, a mesma desconsideração que os brasileiros dão aos livros propriamente ditos. Um povinho assim vai continuar assim, esperando por Papais Noéis nos governos. Povinho triste. Sim, mas e eu, que livro seria? Por favor, leitora, não me faça passar vergonha…

Cabeça

Nossa cabeça é céu ou inferno, nós decidimos pelo modo de pensar, de ver a vida. Do livro “Cura Espiritual”: Nos Estados Unidos, mulheres grávidas com enjoos e vômitos compulsivos foram tratadas com um poderoso remédio contra vômitos. E elas não tiveram mais enjoos. Só que o remédio era exatamente para provocar vômitos, os cientistas queriam provas do poder da mente. Acreditando que o remédio era contra vômitos pararam de vomitar. Todos nós somos assim, uns lacaios da mente.

Curas

É por questões como essa que você acaba de “ouvir” que muitos curandeiros fazem sucesso, eles de fato “curam”, curam pela mente confiante do paciente. Sem a aquiescência do paciente, nenhum remédio produz curas. Se engana quem pensa que todos os doentes querem se curar, maior parte não quer. Problemas pessoais e inconscientes. Os bichos são muito mais saudáveis…

Falta dizer

Vem aí o Dia da Mulher. Se o seu companheiro, leitora, lhe perguntar, como muitos fazem, o que queres ganhar de presente, sugiro que digas um livro. Segundo a sabedoria popular, mulher que lê se torna um perigo, e é bom que você se torne “um perigo”, os mimimis vão pensar duas vezes antes de fazer bobagens. Ou três…

 

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