Os emburrados do trabalho

Por: Luiz Carlos Prates

05/08/2016 - 04:08

Os “cansados” vivem olhando para o relógio, não para cumprir algum compromisso ou evitar atrasos no trabalho, mas, pelo contrário, para logo se verem livres de qualquer possível responsabilidade. O vadio provoca nojo, vale dizer, muitos dos que andam por aí, gente que só trabalha no cabresto das obrigações de que não se podem livrar…

Qual é o assunto? É a Previdência Social no Brasil. Ela tem os dias contados, salvo que haja uma revolução cultural e muitos dos hábitos da maioria do povo sejam pressionados à mudança. Não é possível, por exemplo, as aposentadorias integrais de certos funcionários públicos andar bem acima dos R$ 30, 35, 40 mil por mês quando a aposentadoria dos trabalhadores beira à miséria do ridículo. É preciso um fim nessas orgias, fim com efeito retroativo… Ou a cada um segundo suas obras ou o caos; ou, então, a “revolução”…

Acaba de sair uma pesquisa da DataFolha sobre aposentadorias. Um escândalo. A maioria mentiu, mas, mesmo assim, um escândalo. 21% querem se aposentar antes dos 56 anos. “Coitados”, cansados de trabalhar…

Outros 24% querem se aposentar entre os 56 e os 60 anos. E 17% querem se aposentar entre os 61 e 65 anos.

Então, vamos lá. Se a pessoa não tiver nenhuma doença incapacitante, qual a razão de querer aposentadoria tão cedo num país falido na Previdência Social?

O que esses aposentados precoces, não os quero chamar de algo muito desagradável, vão fazer depois da aposentadoria? Encher os tubos da mulher em casa? Trocar a água do cachorro? Vão jogar dominó lá na praça do centro? O que vão fazer, com que dinheiro, salvo se forem funcionários públicos dos “privilegiados”? Ah, esses privilegiados têm, na Revolução Cultural, e por efeito retroativo, que ter revistas suas polpudas e indevidas aposentadorias. Ah, têm!

Enfim, uma enorme população lutando muito, fortemente, pelo ócio, para viver na desocupação existencial e à custa de uma Previdência que pelos moldes de hoje é extremamente injusta com quem “de fato” trabalha neste país. Mas isso tem as horas contadas, ah, tem! Vem aí, tem que vir, a “revolução”. A Cultural. Por ora, a Cultural…

Tempo
Há dois tipos básicos de funcionários dentro das empresas. Os que vivem olhando para o relógio, mentalmente o apressando para irem logo embora, fim de expediente; e os que também olham para o relógio mas suspirando: – “Ai, meu Deus, será que vai dar tempo de eu completar esse trabalho hoje”? Os dois tipos básicos: o que olha para o relógio para não trabalhar, a maioria, e os que olham para o relógio para fazê-lo parceiro de “mais” trabalho. Cabe à empresa olhar para o seu relógio/dos/méritos e dar a cada funcionário o seu prêmio: o reconhecimento a alguns e a porta da rua a outros. Sem dó.

Falta dizer…
Por que é tão difícil ser feliz? Muitas razões. A primeira delas é que estamos sempre desejando o que não temos, nunca satisfeitos com o que está na palma de nossa mão. A conta nunca vai fechar.