Muita gente passa pela vida se enganando, sabem que se enganam, mas querem “conquistar” os outros antes de se conquistar. E cometem o mais danoso dos equívocos.
Não somos o que vemos no espelho, o que vemos no espelho é uma mera embalagem externa, tipo embrulho de presente. A embalagem pode ser atrativa e o presente uma droga.
É o que mais acontece, especialmente com incontáveis mulheres, passam a vida se ajeitando, se olhando enganosamente no espelho para agradar ou conquistar ordinários que não valem nada.
Um casamento não vai dar certo porque ela ou ele é bonita/o. O que vale é o interior da embalagem externa. Infelizmente essa qualidade interna é para poucos.
Digo isso, leitora, para relembrar o que ouvi de um padre, sim, de um padre. Há padres legais, padres que não falam com sotaque da colônia e o tempo todo citando evangelhos inventados…
Há padres que são leitores de almas, pregam o verdadeiro evangelho da vida: o dos costumes, os da nossas enganações de todos os dias.
Pois, o tal padre (não lhe digo o nome) disse que “raramente encontramos alguém que nos ofereça uma boa conversa, um encontro que nos enriqueça porque nos faz pensar, sair do senso comum…”.
Bah, “irmão”, digo isso há anos nas minhas palestras. E digo mais, se o casal não tiver uma boa conversa, uma conversa que valha a pena, o casamento será apenas um convívio silencioso ou ruidoso de brigas.
Boa conversa é melhor que sexo no casamento. O que vale no casamento, em qualquer relação interpessoal, é a qualidade da cabeça da outra pessoa. E como disse o padre, muito difícil achar essa parceria.
Fico imaginando pessoas obrigadas por uma razão qualquer a ficar muitos dias juntas… Que horror. O que vão dizer uma à outra? Imagine uma quarentena com dois “mudos”.
As pessoas não leem, não veem bons programas na televisão, não essas futilidades que ocupam os canais mais do tempo… Há coisas boas, sim. Boa TV, livros, jornais, artes, evoluções da alma, do espírito, dos objetivos na vida…
Isso torna a pessoa rica e boa companheira. Fora disso é olhar-se no espelho o dia todo: – Será que estou bem, será que ele vai gostar, será que vou causar…?
Estupidez pura. Deles não é preciso falar, eles podem ser o “bucho” que for, serão aceitos e não lhes vão faltar parceiras. O vírus chinês que desminta o padre…
Vazios
Por estes dias de quarentena por que passamos, a discussão num site de jornalismo era: “Isolamento pode estimular aumento do consumo de álcool?”, claro que sim, o desespero que se abate sobre os de cabeça vazia é caso psiquiátrico.
Adultos e crianças mal-educados se desesperam quando lhes falta o espaço das inanidades.
Álcool e drogas são anestésicos para os “fugitivos” ou para os de baixa autoestima que se desesperam com seus nadas. Sem beicinhos…
Humor
Já me disseram que sou muito mal-humorado… Estou pensando.
Faz pouco, me olhei no espelho e vi Sansão. Sansão, Prates? Sansão. Aí, me dei conta de que o cabelo cresceu demais, mas sem a força de Sansão.
É esse diacho de quarentena que me impede de ir ao barbeiro. Fica o consolo, Sansão… Sim, mas e a Dalila?
Falta dizer
Já ouvi muitos resmungos e pelo que sinto todos verdadeiros. Mulheres dizendo que estão se ralando nos trabalhos da casa, na quarentena, e “eles” lá dentro, no sofá, vendo a reprise da Copa de 70.
Isso quando não gritam – Fulana, vê uma pipoca aí! É isso, não escolhem bem os maridos…
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