O lazer é indispensável para a vida de todos – Leia a coluna do Prates desta quarta-feira (11)

Foto Divulgação

Por: Luiz Carlos Prates

11/03/2020 - 06:03

A conversa não era comigo. Amigas conversavam e eu estava por perto, claro, com antenas ligadas, uma postura típica dos bisbilhoteiros…

Lá pelas tantas, uma loirinha disse que fazia algum tempo que andava triste, sem graça, pra baixo mesmo. E que não tendo saída para se distrair, começou a pintar. A pintar quadros de todo tipo, sempre gostou de fazer isso, mas tinha parado. A crista ficava baixa e ela se ia para a pintura. Mas… A mãe berrava com ela: – “Fulana, não perde teu tempo, vai achar o que fazer, para de perder tempo com esses desenhos, isso não dá dinheiro, não dá futuro…”. Mais ou menos isso a mamãe dizia. Mas você bem sabe, leitora, mãe é mãe…

Não entrei na conversa da moça, eu seria um estranho no ninho, mas fiquei pensando com meus botões… A mãe da moça não tinha visão para ver que a filha andava de crista baixa e para um bom combate à crista baixa, aos desalentos, à depressão, nada melhor que um trabalho, uma arte, um “despiste” existencial para ocupar as mãos e a cabeça.

Todos precisamos disso, daí que todos temos que ter um passatempo, algo que seja nosso e nos faça bem. Precisamos disso. E por estranho que pareça, hoje poucos têm um lazer pessoal, daqueles que prescindem de alguém por perto.

Hoje o lazer (estúpido) é o celular na palma da mão, a mente nas mentiras alheias e a frustração que resulta de alguém acreditar nas patranhas dos outros e medir-se por eles. Poucos aguentam. Não é outra a razão dessa depressão coletiva que está abatendo multidões pelo mundo, especialmente os mais jovens.

Pintar, ler, praticar um esporte, só ou em grupo, tocar um instrumento, estudar as borboletas, o que for, como hobby, lazer, é indispensável para a saúde de todos nós.

Poucos têm essa porta de escape, poucos, quando nunca foi tão fácil ter diversões e lazeres enriquecedores. Só que esses lazeres exigem cabeça arejada e independência de outras pessoas e de seus modismos.

Todos somos extremamente criativos, mas embotamos essa criatividade entrando no rebanho dos inanes da cabeça, dos estúpidos das manadas humanas. – “Vai pintar teus quadros, guria, vai ser feliz sozinha, com teus sonhos e teus pincéis”. O resto é busca inútil de felicidade nos mundanismos.

Cuidado

Vamos imaginar que você esteja agora diante de uma parada torta, uma daquelas situações de provocar ódio, medo, insegurança ou dúvida. Cuidado. Não raro, as coisas não são o que nos parecem, mas o que nós costumamos acreditar delas. Cabeça fresca, ar nos pulmões e abrir as janelas da cabeça; de repente, o dragão não é dragão. É uma borboleta mal identificada… As coisas não são o que parecem, são o que fazemos delas, mais das vezes.

Lorota

Tenho vontade de sair chutando baldes, fulo, quando ouço a lorota de que o índice de criminalidade no Brasil caiu. Baita mentira. Todos os dias ficamos sabendo de banditismos de toda sorte, cruéis, mortes por nada, gente presa pelas polícias e colocadas em liberdade pela “justiça”, um incentivo ao sangue. Cuidado, cuidado. De repente, espadas podem começar a reluzir ao sol do meio-dia…

Falta dizer

Numa certa família, durante o café da manhã. O rádio estava ligado, um representante do Ministério da Saúde falava detalhadamente sobre o Coronavírus. Uma garotona, que fervia o leite, brada para a mãe: – “Ah, tira isso daí, bota numa música”! Essa nunca vai ser gente, vai ser mandada por um “mimimi” da cueca-molhada. Ela e multidões como ela…

 

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