O aplauso alheio – Leia a coluna de Luiz Carlos Prates

Por: Luiz Carlos Prates

27/08/2022 - 06:08

Tenho muita pena de quem precisa do aplauso alheio, das aprovações alheias para ser feliz. Essa pessoa nunca vai ser feliz. Já conto, leitora, da razão deste meu posicionamento. Antes, preciso lembrar que muitos dos que são tomados por felizes são na verdade silenciosamente infelizes. Recebem milhares de curtidas, chegam a ter milhões de seguidores, mas… São sobreviventes existenciais, regra geral.

Você sabe quem é o sujeito mais rico do Brasil, sabes quantos seguidores ele tem? Se souber, cumprimentos, mas de uma coisa tenho certeza, essa pessoa, a mais rica do Brasil, não anda por aí se bobeando em redes sociais. O que me faz dar estas voltas, leitora, foi a declaração de uma jovem mulher, publicitária argentina e dita “influencer”, a bobagem que agora está na moda. Essa mulher se reconhece gorda. E na declaração que ela fez, eu, que estava sentado, levantei para aplaudi-la. Pelas leis misteriosas das mentes e do Universo, sei que meu aplauso chegou até ela.

A publicitária argentina disse, numa entrevista, que – “É possível ser gorda e ser feliz. É possível viver uma vida plena e feliz, não importa o tamanho do corpo”. Vivo dizendo isso. De que adianta a uma mulher ter o corpo e o andar de Gisele Bundchen e viver no atoleiro em que tantas bonitonas vivem? Vale para os homens. Músculos saltados, aparência de o rei da cocada, bigode, barba, arranca com o carro cantando os pneus, mas… É um brocha existencial, que arrota forte só diante das mulheres, bobão que se acha…

E quantos e quantas andam por aí, sem atrações, as atrações convencionais do corpo físico, mas são pessoas plenas por dentro e felizes? A pessoa pode ser feia por fora, pode ser alta, baixa, gorda, magra, pode ser o que for fora das convenções sociais, mas se for pessoa íntegra, de boa autoestima, o resto do rebanho que vá se coçar num cactos. Ademais, antes que esqueça, os conceitos de beleza variam no tempo e no espaço, sem desconsiderar que “quem o feio ama, bonito lhe parece”, não é o que diz o velho ditado? Melhor rímel para os olhos? O modo de ver as coisas. Melhor batom para os lábios? As palavras sensatas. Melhor sai da frente que quero passar? A competência em qualquer coisa.

HORROR

Ouvi um horror de um fisicultor famoso, de São Paulo, dizer no rádio das encrencas por que estão passando os jovens brasileiros em razão do uso excessivo do celular ou de computadores. Não para trabalhar ou estudar, mas… Para as bobagens a que se acostumaram, jogando tempo fora. São seis horas diárias na média. O fisicultor recomenda três horas. Pois eu recomendo, no máximo, uma hora. No mais, vão ler e estudar, vadios!

COELHOS

Cresci ouvindo uma boçalidade de parte dos velhos que me cercaram… Fazia tempo que eu não ouvia a tal boçalidade. Ontem a ouvi na boca de uma apresentadora de televisão. Referindo-se a fazer duas coisas ao mesmo tempo, ela disse – “Ah, é uma beleza matar dois coelhos com uma só cajadada”. Ditado estúpido. Matar coelhinhos indefesos com pauladas? Que arda no inferno quem inventou essa frase.

FALTA DIZER

Numa chamada de tevê, o locutor diz que – “Educação é a nossa esperança”! E quem vai pôr a mão na massa e encaminhar a realização dessa centenária esperança? Quem? E essa esperança tem que visar à escola pública, para os mais pobres. Com esses mandriões que andam por aí, quem vai meter a mão na massa? Sentados, amigos, sentados, esperem…