“Nem notei”

Por: Luiz Carlos Prates

11/09/2018 - 09:09 - Atualizada em: 11/09/2018 - 09:14

Numa manhã destas, lavei a cara com uma água congelante, de doer. Lavei, sequei a cara e… só me dei conta do congelante da água depois, quando eu já estava seco. Por que não me dei conta do congelante da água enquanto lavava a cara?

Porque a minha cabeça estava em outro lugar, só eu sei onde ela estava… Quer dizer, como minha consciência estava longe não senti a “dor” da água gelada. Vale para tudo na vida, impossível ser feliz pensando em coisas ruins, impossível não ser feliz ocupando a cabeça com coisas boas. Fácil como 2+2…

Conto essa minha vivência porque há pouco alguém me a fez relembrar com uma história parecida. Uma certa pessoa tem agora, por razões de saúde, que colocar sobre a comida uma espécie de farelo, é remédio, tem que colocar o farelo, mas… A pessoa reclama, acha que o farelo tem um gosto muito forte, tipo pimenta da braba.

Ouvi e observei: – “Se o farelo é remédio tens que comê-lo imaginando que seja o teu prato favorito na vida, se fizeres isso, se tirares a consciência de cima do farelo, o farelo será apenas um condimento da comida ou nem isso”. As pessoas têm muita dificuldade para entender que a cabeça, a consciência, não tem como se preocupar com dois estímulos diferentes e ao mesmo tempo. Pô, será tão difícil entender isso? Para a maioria é.

Vivo dizendo que a fé que as pessoas dizem ter neste ou naquele deus, neste ou naquele santo, nisto ou naquilo, de costume não produz resultados quando a pessoa ora e pede por uma graça. O que mais acontece é a pessoa estar movendo os beiços (sim, beiços) e pensando em outra coisa, o pensamento/consciência está dividido. Não pode funcionar. Quando oramos temos que orar com as vísceras junto, temos que orar com a alma. E em assim fazendo, os deuses nos ouvem melhor.

Mais das vezes nos queixamos de dores bem antes de senti-las. E em alguns momentos, quando a dor nos aguilhoa, não a percebemos, estávamos “longe” e nem nos demos conta. Ser feliz ou infeliz é um ato de consciência, viver algumas dores também. Aliás, fora da consciência nada existe.

Silêncio

Há instituições que devem impor ordem e sossego à população, se, todavia, quem de direito não fizer o que deve ser feito, o povo tem que agir. Agir duramente. Estou falando do respeito ao silêncio a que todos temos direito depois das 22h. Nenhum bar, condomínio, restaurante, quem for, vai fazer barulho a tirar o sossego de quem quer descansar. Ferro incondicional nos vagabundos do barulho. Silêncio, respeito ou “ferro”.

Vadios

O que um sujeito pode estar fazendo na rua, à noite, depois das 22h? Que tipo de diversão o vadio procura? Pode procurar o que bem entender, mas não vai ouvir ou ligar som alto nem fazer algazarras em calçadas. Respeito aos que querem descansar ou reações, “reações” do povo, daquelas reações a deixar inesquecíveis arrependimentos nos abusados. O que não se pode é aceitar vadios à noite se “divertindo” à custa do sossego alheio. Ferro.

Falta dizer

Acabei de ouvir uma “desavisada” na tevê. Ela ensinava a vencer o estresse com esportes, meditação, apreciando a Natureza e mais um tanto de tolices. Só se pode combater o estresse mudando o modo de pensar. E queres saber? É a mudança mais difícil que há. Isso quando possível. Estresse é modo de pensar, medo, não adianta disfarçar com lazeres.