Nossa cabeça faz-nos felizes ou infelizes, não os fatos

Por: Luiz Carlos Prates

05/09/2017 - 09:09 - Atualizada em: 14/05/2018 - 14:29

Será mesmo possível que duas pessoas possam sentar sobre um prego e sentir sensações diferentes? Claro que sim. Uma das pessoas pode urrar de dor, a outra sorrir, o pontiagudo do prego é o mesmo… Por que uma pessoa sente dor e outra não? Pelo modo de pensar, o modo de pensar muda a sensação do sentir…

Vou puxar a cortina, clarear a conversa. Há pouco estava relendo trechos que um dia sublinhei ao ler o livro “Hero”, da americana Rondha Byrne, um dos muitos livros de autoajuda que ela já escreveu. Uma autoajuda assentada sobre o testemunho e o exemplo de pessoas que um dia se viram num fundo de poço, olharam para cima, superaram suas dores e tornaram-se pessoas bem-sucedidas, felizes.

Num trecho do livro, a frase bizarra: – “Mude sua vida – nunca é tarde para essa mudança, há ilimitados modos de realizar seus sonhos, muito mais fácil do que você pensa…”.

Havia outras frases, bizarras pela obviedade e antigas como o Paraíso de Adão e Eva, mas… A questão não é a frase ou o conselho ser antiga ou bizarra, a questão é que as pessoas costumam, não raro, dizer – “Ah, que vida infeliz eu levo…”. Ou esta outra: – “Meu Deus, daria tudo para não sofrer tanto…” Frases quase iguais, mas… A revelar uma inquietação e uma insatisfação existencial. Pois eu digo a você, leitora/or, não é difícil sair dessa infelicidade (eventual) para uma vida bem mais feliz ou plenamente feliz. Facílimo. Não atinas como?

Mudando os pensamentos. Sentar-se sobre um prego e imaginar-se feliz, não produz dor; sentar-se sobre o mesmo prego imaginando o inferno, será duas vezes o inferno.

O que nos faz sofrer é a percepção que temos do que nos cerca ou acontece. Essa percepção traz no ventre os nossos valores, e esses valores nos foram empurrados goela abaixo pelos mais velhos que nos educaram… Dos valores vem a consciência, da consciência a dor.

Se você detesta pirulito de framboesa mas um desses pirulitos for o remédio da sua salvação para algum mal, pronto, você vai salivar diante de um deles. E o pirulito será o mesmo. Nossa cabeça faz-nos felizes ou infelizes, não os fatos. O difícil, o quase impossível, o impossível, é mudar o modo de pensar depois dos… seis anos de vida. Um prego nos fere ou nos realiza, se você duvidar, pergunte a um faquir que dorme feliz sobre camas de pregos…

VALORES

Sobre esse assunto aí de cima, é bom lembrar que “As leis da consciência, que julgamos naturais, provém do costume”. E costume é o que fazemos no tempo e no espaço, cada cultura tem seus costumes, os nossos nos foram passados pelos “velhos” que nos educaram. Muito do que somos, coisas que não prestamos, vem deles. Será que ainda precisamos lembrar que “educar bem e para o bem” é responsabilidade dos “velhos” diante das crianças? Coitadinhas, andam órfãs de pais vivos, que lástima!

PRECONCEITOS

Preconceito é muito mais do que gostar ou não gostar disto ou daquilo, preconceito é uma espécie de segunda natureza… E de onde vem essa “segunda natureza”? Vem dos pais, dos mais velhos que “educaram” a criança, ninguém se torna avesso a isto ou aquilo aos 25 anos… Preconceitos vem dos “até” 6 primeiros anos de vida. Tem fundas raízes. Educar para o bem deve ser compromisso quase divino dos pais…

FALTA DIZER

Li num jornal de São Paulo sobre o sucesso de um coach, isto é, um nada, que ensina pastores a melhorar a arrecadação do dízimo… Eu queria a todos na minha delegacia, lá nos fundos…